O Governo deverá inscrever na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) um crescimento "à volta dos 4,6%" para este ano e de 5,5% para 2022, uma revisão em alta face à estimativa anterior e cuja possibilidade tinha sido já adiantada pelo ministro das Finanças, João Leão.
"São níveis de crescimento à volta dos 4,6% este ano e 5,5% para o próximo ano", disse João Oliveira, do PCP, à saída do encontro com o ministro das Finanças, no âmbito das negociações do OE2022, quando questionado pelos jornalistas sobre o cenário macroeconómico que o Governo está a prever. "O resto deixarei para o ministro das Finanças dar nota das previsões", acrescentou, sem adiantar mais detalhes.
O ministro de Estado e das Finanças apresenta hoje durante todo o dia aos partidos da oposição, em reuniões individuais, as linhas gerais da proposta do Governo para o OE2022.
Em meados de setembro, Leão disse que o Governo iria rever em alta as perspetivas de crescimento económico para este ano e para o próximo, apontando que este fique acima dos 4,5% em 2021.
"Contamos rever em alta as perspetivas de crescimento económico para este ano e para o próximo ano. Contamos, este ano, que a economia cresça bastante acima dos 4% inicialmente esperados, que fique [até] acima dos 4,5% do PIB [Produto Interno Bruto], o que é um crescimento bastante significativo", referiu João Leão em declarações à Lusa.
O novo cenário macroeconómico que acompanhará a proposta do OE2022 também trará uma revisão em alta das perspetivas para o mercado de trabalho, já que as expectativas sobre a evolução do emprego e o desemprego são mais positivas do que o Governo antecipou quando apresentou o Programa de Estabilidade.
João Leão referiu, contudo, que está ainda a ser feita a avaliação global do impacto de todos estes fatores nas contas públicas, destacado que, se por um lado, a despesa imposta pelo combate à pandemia foi além do que estava inicialmente orçamentado, por outro, a recuperação da economia e do mercado de trabalho (e as receitas associadas ao IRS e contribuições para a Segurança Social) tem também corrido melhor do que o esperado.
Sobre a eventual maior margem para desenhar o OE2022 que decorre de alguns indicadores estarem a evoluir de forma mais positiva, referiu que o importante é assumir que se tomam decisões que permitem melhorar a vida dos portugueses, sem que seja preciso "dar passos atrás".
O Conselho de Ministros reuniu-se na terça-feira para debater a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022, documento que será aprovado numa reunião formal do executivo no final desta semana.
[Notícia atualizada às 11h41]
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