"Estamos a fazer um grande esforço financeiro no sentido de conseguir reduzir as tarifas de acesso às redes e de assegurar aos nossos produtores industriais que as tarifas de eletricidade não vão aumentar significativamente no próximo ano", afirmou Pedro Siza Vieira, à margem da comemoração do 20.º aniversário do Porto Technical Center da Yazaki, em Ovar.
Em declarações aos jornalistas, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital salientou ser preciso "reduzir o diferencial dos custos da eletricidade" que as indústrias nacionais pagam comparativamente aos concorrentes estrangeiros.
"Esse caminho é um caminho que vai também exigir um esforço orçamental muito grande em benefício das empresas e famílias no próximo ano, mas é um caminho que Portugal tem condições de fazer porque está mais avançado na transição energética do que outros países europeus", salientou, assegurando que as tarifas de energia elétrica no mercado regulado "não vão aumentar no próximo ano".
Questionado sobre se estava previsto mais algum "esforço" para auxiliar os produtores industriais, o ministro afirmou que as empresas vão ter de esperar pelas próximas semanas, nomeadamente, pelo anúncio da Entidade Reguladora dos Serviços Enérgicos (ERSE) "daquilo que vai ser o custo das tarifas de acesso às redes".
"Vamos também aprovar um novo estatuto do consumidor eletro-intensivo que vai permitir aquelas empresas que consomem mais eletricidade terem uma melhor maneira de gerirem os seus custos com a eletricidade", afirmou.
Considerando que o que "importa" é ter "a confiança" de que o caminho que está a ser percorrido vai permitir "uma maior redução" da fatura de eletricidade e um ganho de competitividade para as empresas portuguesas, o ministro salientou que tal se vai tornar "mais claro" nas próximas semanas.
Também questionado pelos jornalistas sobre o setor dos combustíveis fósseis, Pedro Siza Vieira afirmou que o crescimento do preço do petróleo a que se assiste atualmente terá "tendência de continuar nos próximos anos", ainda que "não tão significativamente como agora".
"Nós precisamos a médio prazo de assegurar que o país reduz os seus custos com a energia. Nós importamos muita energia, muitos combustíveis fósseis e a nossa única maneira de a prazo conseguirmos reduzir esta nossa dependência do exterior e melhorar a nossa qualidade ambiental é mesmo assegurar este caminho da transição energética e de trabalharmos com um sistema energético com menor intensidade carbónica", defendeu.
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