"[...] Em resposta aos apelos das empresas associadas da ANTRAM [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias] foi decidido alterar o tema do congresso anual -- que se realizará nos próximos dias 29 e 30 de outubro -- de forma a que o mesmo seja centrado na análise e discussão do aumento dos custos com os combustíveis, e, desta forma, dar voz ao universo associativo e, em conjunto, definir as medidas necessárias para responder a esta crise", apontou, em comunicado.
A associação esteve hoje reunida, de emergência, para debater a escalada do preço dos combustíveis, num encontro onde ficou claro o "profundo desagrado" do setor para com o Governo.
Constituída em 1975, a ANTRAM representa cerca de 2.000 empresas nacionais e está presente em Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Faro.
A OPEP, que mantém limitado o seu fornecimento de petróleo no meio do aumento dos preços da energia, reviu hoje ligeiramente em alta a procura mundial de petróleo em 2021 e 2022.
No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) atualizou a estimativa da procura para 27,8 e 28,8 milhões de barris por dia em 2021 e 2022 respetivamente, mais 100.000 do que o calculado em setembro.
Na segunda-feira, o ministro da Economia, Siza Vieira, rejeitou a possibilidade de baixar impostos nos combustíveis fósseis, para atenuar a subida de preços, argumentando que a estabilidade fiscal dá previsibilidade aos agentes económicos para a inevitável transição para energias mais sustentáveis.
"Por muito que nos custe, os combustíveis fósseis vão aumentar o preço nos próximos anos", afirmou o governante, num encontro no âmbito do ciclo de conferências Retomar Portugal, da TSF e do JN, dedicado ao tema das exportações, que contou com representantes da indústria, banca e empresas.
Siza Vieira insistiu que não deve ser alterada a estabilidade fiscal, que disse não ter alterações desde 2016, nem evitada a subida de preços, mas que "o esforço" do país deve ser o de reduzir a dependência energética do exterior, evitando a compra de combustíveis fósseis e o endividamento perante o exterior, e o de "aumentar e tornar mais competitivos, comparativamente, os custos das energias renováveis e da endogenização" da fatura energética nacional.
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