O défice das Administrações Públicas até setembro atingiu 4.634 milhões de euros em contabilidade pública, anunciou o Ministério das Finanças, esta terça-feira, em antecipação à execução orçamental da Direção-Geral do Orçamento (DGO).
Este montante reflete uma "melhoria de 677 milhões de euros face ao período homólogo em resultado do crescimento da receita (6,9%) ter sido superior ao observado na despesa (5,3%)", explica a tutela, em comunicado.
A despesa primária aumentou 6,8%, "refletindo as medidas extraordinárias de apoio à economia e a forte dinâmica de crescimento do Serviço Nacional de Saúde", diz a tutela.
Os dados do Ministério das Finanças revelam ainda que a despesa com medidas extraordinárias de apoio às empresas e famílias atingiu 4.996 milhões de euros, ultrapassando o valor executado em todo o ano 2020 (3.546 milhões de euros).
Já a receita fiscal cresceu 4,4% ajustada de efeitos extraordinários, tais como os diferimentos originados pelos planos prestacionais, detalha a tutela.
"As contribuições para a Segurança Social cresceram 6,7% ajustadas dos planos prestacionais, em resultado do lay-off ter em 2021 suportado 100% dos salários, ao contrário do que aconteceu em 2020, e em resultado da evolução positiva do mercado de trabalho, assente na eficácia das medidas de apoio", pode ler-se no mesmo comunicado.
A despesa do SNS cresceu 9,1%, "destacando-se o aumento muito elevado das despesas com pessoal (9,5%), em resultado do reforço expressivo do número de profissionais de saúde -o número de efetivos no SNS aumentou, em setembro, 4,8% (+6 600 trabalhadores) -e da aquisição de bens e serviços (+10,7%)".
A tutela sublinha ainda que os salários dos funcionários públicos aumentaram 4,9%, "refletindo as contratações de pessoal e os encargos com valorizações remuneratórias, nomeadamente nas progressões, destacando-se o acréscimo significativo de 4,9% da despesa com salários dos professores, a par do forte crescimento no SNS".
A DGO divulga hoje a Síntese da Execução Orçamental até setembro, depois de até agosto se ter registado um défice de 6.878 milhões de euros, um agravamento homólogo de 550 milhões de euros.
[Notícia atualizada às 17h09]
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