"A Comissão Europeia disponibilizou hoje, em Kyiv, um novo pacote de apoio para garantir a segurança do seu sistema energético e permitir a sua plena integração no mercado europeu da energia", que "permitirá a plena associação do mercado da eletricidade da Ucrânia à UE até ao início de 2027, juntamente com a Moldova, bem como uma maior integração no setor do gás da UE, desde que a Ucrânia acelere significativamente as necessárias reformas do mercado", indica a instituição em comunicado.
O anúncio surge quando uma comitiva do colégio de comissários da Comissão Europeia liderada pela presidente da instituição, Ursula von der Leyen, e acompanhada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, está hoje em Kyiv para assinalar os três anos da invasão da Ucrânia pela Rússia.
De acordo com fontes diplomáticas no terreno, houve alertas aéreos esta manhã em Kyiv (dado o sobrevoo de aviões russos para perturbar os eventos relacionados com o terceiro aniversário da guerra da Ucrânia), pelo que a comitiva foi levada para abrigos, sem necessidade porém de recorrer a 'bunkers'.
Numa altura em que cerca de metade da infraestrutura energética da Ucrânia foi já destruída por ataques russos, o anúncio de hoje referente à integração (que será efetivada em dois anos) no mercado elétrico permitirá assegurar à Ucrânia segurança no abastecimento.
No caso do gás, o mesmo só será possível se a Ucrânia acelerar o cumprimento dos compromissos relacionados com os quadros jurídico, regulamentar e de obrigações de serviço público, incluindo a criação de um mecanismo de apoio aos agregados familiares vulneráveis.
Estão também previstos mais investimentos em energias renováveis para acrescentar até 1,5 GW de capacidade de produção, um aumento em cerca de 25% da capacidade total de produção de energia renovável na Ucrânia.
Estas novas medidas têm como os cerca de dois mil milhões de euros de apoio da UE concedidos nos últimos três anos para aumentar a resiliência do sistema energético da Ucrânia e garantir o acesso da população à energia.
Em setembro passado, foi anunciado um novo pacote energético de 156 milhões de euros para dar resposta às necessidades imediatas da população ucraniana antes do inverno reforçando simultaneamente os sistemas energéticos.
Hoje a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.
Estima-se que a UE já tenha prestado à Ucrânia assistência económica, humanitária, financeira e militar num total de 135 mil milhões de euros, sendo 48,7 mil milhões de euros de assistência militar.
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