De acordo com a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), os trabalhadores "voltam à luta porque durante quase um ano a administração/Governo ignoraram as reivindicações dos trabalhadores e as soluções que lhes foram apresentadas".
Relativamente ao modelo da greve parcial, o sindicalista da FECTRANS Paulo Lopes explicou que o primeiro dia, na segunda-feira, foi dirigido aos mestres, o segundo dia aos maquinistas, o terceiro dia ao pessoal comercial e administrativo, o quarto dia aos marinheiros e manutenção e no quinto e último dia, hoje, "todos os trabalhadores da Transtejo estão em greve".
As reivindicações dos trabalhadores são relativas a este ano, e "podem ser suportadas pelos orçamentos da empresa e do Estado", pelo que a situação entretanto criada pelo chumbo da proposta orçamental e marcação de eleições legislativas "não inviabiliza situações, basta haver vontade do Governo", referiu o sindicato.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CHTP) cumpre também hoje uma greve geral, tendo o líder sindical Sebastião Santana, afirmado na quarta-feira, que os trabalhadores vão fazer "uma grande greve" em protesto contra a atualização salarial de 0,9% proposta pelo Governo.
"Uma coisa é certa: dia 12 será uma grande greve da Administração Pública", afirmou o dirigente sindical no final de uma ronda negocial com uma equipa do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, em Lisboa.
A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) tinha marcado uma greve igualmente para hoje contra a desvalorização dos salários e carreiras da administração pública, mas desmarcou-a na semana passada face ao cenário de dissolução da Assembleia da República, por entender que "a mobilização dos trabalhadores deve ser aproveitada para um momento mais adequado", nomeadamente para a discussão do futuro OE, caso não seja melhor do que aquele que foi chumbado.
Os trabalhadores da Transtejo, juntamente com os da Soflusa, fizeram várias greves parciais durante este ano, a última das quais em 21 de setembro, devido a falhas nas negociações salariais entre a administração da empresa e os sindicatos, tendo o Ministério do Ambiente reunido igualmente com os sindicatos na tentativa de desbloquear a situação.
No site da empresa, a Transtejo avança que "não é possível garantir o serviço regular de transporte fluvial" durante a realização da greve, sendo que os terminais e estações vão estar encerrados durante os mesmos períodos "por motivos de segurança".
O detalhe sobre os horários previstos pode ser consultado no 'site' da empresa Transtejo/Soflusa em https://ttsl.pt/avisos/.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
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