"Para 2022 é certo que queremos ir aos mercados", disse a ministra das Finanças durante um encontro com jornalistas esta manhã em Luanda, na qual apontou ainda a possibilidade de fazer uma emissão de dívida ainda este ano caso haja condições positivas.
"Para 2022, independentemente da questão da divida ativa do nosso portefólio, queremos ir fazer uma nova emissão ao mercado e estamos a preparar o plano de endividamento de 2022 tendo isso em perspetiva", vincou a governante.
A última emissão de dívida de Angola foi feita no final de 2019, e desde então o país tem estado arredado dos mercados financeiros, não só pelas elevadas taxas de juro exigidas pelos investidores num contexto de pandemia, mas também devido ao apoio financeiro que o Fundo Monetário Internacional e outros parceiros têm dado ao país.
No encontro com a comunicação social, Vera Daves de Sousa explicou que o Governo tem uma postura conservadora quanto à dívida, estando a fazer uma gestão proativa sobre um financiamento mais barato que consiga fazer com o que o volume de dívida diminua progressivamente.
O rácio da dívida face ao PIB subiu significativamente nos últimos anos, não tanto pela emissão de nova dívida, mas pela desvalorização do kwanza e pela efetiva redução do PIB, dada a recessão dos últimos cinco anos, e que ser deverá prolongar ainda este ano.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou a previsão de crescimento para Angola no último relatório sobre a África subsaariana, divulgado em outubro, e antecipa agora uma recessão de 0,7%, a sexta queda anual consecutiva da riqueza do país, que deverá crescer 2,4% em 2022.
A dívida pública, por seu turno, vai continuar este ano acima dos 100% do PIB, descendo de 136,5%, no ano passado, para 103,7% este ano e 90,8% em 2022, o que contrasta com a previsão de 85% do Governo, para este ano.
A proposta de OGE para 2022 foi aprovada na generalidade a 09 de novembro e vai agora ser discutido na especialidade.