Em comunicado divulgado à imprensa, o Ministério das Finanças guineense refere que a missão, que tem início de forma virtual e que a partir de 07 de dezembro será de forma presencial, vai decorrer até 14 de dezembro.
A terceira missão de avaliação está prevista para março de 2022.
O Fundo Monetário Internacional realizou em setembro a primeira de três avaliações à execução do programa de referência.
A organização financeira registou, na primeira avaliação, um "progresso satisfatório" na Guiné-Bissau, apesar da difícil situação socioeconómica, que o país atravessa, agravada pela pandemia do novo coronavírus, mas deixou recomendações, incluindo ser evitado a "acumulação de atrasados ou recurso à onerosa contratação de empréstimos não concessionais".
A massa salarial e o serviço de juro da dívida representaram em 2020 80% e 20,5%, respetivamente, da receita fiscal.
A instituição financeira pediu também uma auditoria independente às dotações orçamentais relacionadas com a covid-19 e assumidas no contexto da Linha de Crédito Rápido, disponibilizado em janeiro de 2021.
A instituição financeira espera que a inflação continue modesta e abaixo do limiar dos 3% da União Económica Monetária da África Ocidental e que o défice orçamental continue nos 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB), "em linha com os objetivos do programa".
Caso as avaliações sejam satisfatórias a Guiné-Bissau poderá ser incluída no Programa de Facilidade de Crédito Alargado.
O Programa Monitorizado pelo Corpo Técnico visa reduzir os grandes desequilíbrios macroeconómicos intensificados pelo impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus, reforçar a governação e a rede de apoio social, para um desenvolvimento mais inclusivo.
Segundo dados do FMI, o crescimento económico da Guiné-Bissau diminuiu cerca de 1% em 2020 e deverá crescer cerca de 3% em 2021.
Em Bissau, a missão vai reunir-se com as autoridades políticas locais e com os parceiros multilaterais e bilaterais, com destaque para Portugal, França e Espanha.
O Ministério das Finança salienta que a Guiné-Bissau não dispõe de um programa com o FMI há três, mas que continua a ser membro da organização financeira.
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