"Na terça-feira, foi celebrado um contrato de financiamento entre a Efacec e os seus bancos, portanto, se não chegou já, deve estar a chegar", afirmou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, que falava aos jornalistas à margem da conferência "Regulação e mobilidade: que futuro?", promovida pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.
Os trabalhadores da Efacec voltaram hoje a parar durante duas horas, entre as 14:00 e as 16:00, para exigir ao Governo a compra de matérias-primas e a demissão da administração e contestar a reprivatização da empresa.
Os protestos surgem na sequência de paragens forçadas de vários setores da empresa denunciadas pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), segundo o qual a Efacec tem visto a capacidade de produção comprometida devido à falta de liquidez para adquirir matérias-primas e pagar a fornecedores.
Questionado pelos jornalistas sobre as queixas dos trabalhadores da empresa que opera nos setores da energia, da engenharia e da mobilidade, Siza Vieira lembrou que o contrato de financiamento assinado entre a Efacec e os seus bancos, com o apoio do Banco de Fomento, tem como propósito permitir que a empresa disponha de recursos financeiros para manter a sua operação, até à conclusão do processo de reprivatização, bem como "prestar garantias aos seus clientes, uma vez que a empresa está a conquistar cada vez mais contratos nos mercados internacionais".
Quanto à única proposta final de compra da empresa apresentada, o ministro da Economia disse que está em curso o processo de avaliação da mesma e que espera "nas próximas semanas" poder ter "algumas conclusões".
O Governo pretende que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado esteja concluído até ao final do ano, sendo que o grupo português DST SGPS foi o único a apresentar uma proposta final de compra, segundo anunciou recentemente a Parpública.
A entrada do Estado na Efacec decorreu da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, da esfera acionista, na sequência do envolvimento no caso 'Luanda Leaks', no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.
Leia Também: Trabalhadores da Efacec em nova greve para exigir intervenção do Governo