A proposta foi aprovada com o voto favorável dos vereadores do movimento independente de Rui Moreira, PSD, PS, BE, vereadora independente e com a abstenção da CDU.
O programa "Luz para a noite do Porto", aprovado pelo executivo a 06 de dezembro de 2021, fixava como prazo máximo de execução o dia 28 de fevereiro.
A prorrogação do prazo de execução até 31 de agosto surge em "virtude das sérias dificuldades que os estabelecimentos de diversão noturna estão a enfrentar, motivadas pelas sucessivas medidas restritivas", bem como pelo "atual estado epidemiológico do país", esclarecia a proposta apresentada pela maioria do executivo.
Na discussão da proposta, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, relembrou "as dificuldades que as pessoas que vivem na zona da Movida enfrentam com o barulho".
"Foi dito que se ia rever esse problema e o regulamento da Movida", disse Ilda Figueiredo, apelando a um comentário e esclarecimentos sobre o assunto.
Em resposta à vereadora, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse que a proposta assenta "num apoio" e não "na extinção da noite do Porto".
"Espero que a proibição de consumo de álcool na via pública se mantenha", observou, acrescentando que a preocupação dos moradores não é com os estabelecimentos de diversão noturna, mas com "o ruído no exterior".
"Numa cidade tem de se saber conviver, percebo que há pessoas que não querem atividades à volta. Não quero dizer que não têm direito ao sossego, mas não podem confundir a cidade com a Serra da Estrela", disse.
Também o vereador da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, disse que "a cidade não pode ser um hotel sem crianças" e que é necessário "um equilíbrio".
"Esse caminho está a ser feito com as associações do setor e juntas de freguesia onde há mais atividades, e no momento certo, vamos apresentar uma proposta de regulamento da Movida", disse, acrescentando que tal deverá ocorrer "até ao final do primeiro trimestre", caso contrário "será seguramente em abril".
Já o vereador do Bloco de Esquerda (BE), Sérgio Aires, defendeu ser possível "uma redução de riscos", lembrando, no entanto, que o executivo tem de estar preparado para "o desconfinamento a sério".
Ao programa "Luz para a noite do Porto", candidataram-se 24 estabelecimentos da cidade, tendo sido excluídos quatro "por não reunirem os requisitos de admissão previstos".
Dos 20 estabelecimentos selecionados para receber o apoio municipal, um "formalizou a desistência da candidatura", passando o apoio a fixar-se nos 580 mil euros.
Entre os estabelecimentos que viram as suas candidaturas aprovadas encontram-se o Plano B, o Maus Hábitos, Griffon's Bar, Fé Wine & Club, Eskada Porto, Boite Porto, Pérola Negra, entre outros.
Os bares e discotecas reabriram no dia 14 de janeiro à noite, após novo encerramento de três semanas devido à covid-19, com os clientes sem dose de reforço da vacina a terem de apresentar teste negativo para entrar.
Para entrar nestes espaços, os clientes têm de apresentar um teste negativo à covid-19, com exceção de quem "demonstrar ter sido vacinado há pelo menos 14 dias com uma dose de reforço" contra a doença ou de quem tiver um certificado de recuperação.
A covid-19 provocou mais de 5,66 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.905 pessoas e foram contabilizados 2.639.802 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Leia Também: Algarve. Reabertura só dia 14 é "penalizante" para discotecas