A Google disse esta quarta-feira que tem como objetivo atingir as zero emissões em todas as operações e cadeia de valor até 2030, destacando que tenciona reduzir a maioria delas antes dessa data e sublinhando o percurso que tem vindo a traçar até aqui nesta matéria.
"O nosso novo objetivo é atingir emissões líquidas zero em todas as nossas operações e cadeia de valor até 2030. Pretendemos reduzir a maioria das nossas emissões (face ao ponto de partida de 2019) antes de 2030. Esta meta abrange os âmbitos 1, 2 e 3, incluindo atingir o 24/7 CFE Energy até 2030 – um dos objetivos energéticos mais ambiciosos. Estamos orgulhosos do progresso que estamos a fazer – em 2020, alcançamos 67% livres de carbono numa base por hora nos nossos data centers, um aumento face aos 61% em 2019", disse fonte oficial da Google num esclarecimento enviado ao Notícias ao Minuto, no seguimento do 'Relatório de Monitorização da Responsabilidade Climática Corporativa', divulgado por duas organizações climáticas europeias.
O documento revela que uma avaliação a 25 das maiores empresas mundiais - entre as quais a Apple, Carrefour, Google, Ikea, Nestlé ou Vodafone, entre outras - mostrou que estão a ser feitos anúncios falsos de reduções de emissões de gases com efeito de estufa.
Em resposta, a mesma fonte da Google adianta que a empresa definiu "claramente o âmbito dos nossos compromissos climáticos e reportamos regularmente os nossos progressos no nosso Relatório Anual de Sustentabilidade, onde os dados sobre consumo de energia e emissões de gases com efeito estufa são garantidos pela Ernst & Young. Há muito que reconhecemos que a neutralidade de carbono operacional através de uma combinação de energia 100% renovável e a compensação de alta qualidade é apenas um passo no nosso caminho de sustentabilidade".
No relatório hoje divulgado, centrado em 25 grandes empresas os autores constataram que os compromissos das empresas correspondem na verdade a uma redução de gases média de apenas 40%, e não de 100%, como as empresas sugerem ao afirmar que vão chegar às "zero emissões líquidas".
Na carta enviada à União Europeia, com base nas conclusões do relatório, as organizações recomendam, entre outras questões, que os governos proíbam as empresas de alegar a "neutralidade climática".
As empresas, dizem também as organizações ambientalistas, devem estabelecer metas que cubram o total de emissões da sua cadeia de valor, indicar as reduções de emissões tanto em termos absolutos como em percentagem das emissões totais, e indicar e detalhar o ano-base usado como referência para a redução de emissões.
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