Em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, Jibran Qureishi apontou Gana, Quénia, Angola, Etiópia e Zâmbia como os "cinco países frágeis" relativamente à evolução da dívida pública.
"Angola foi um dos principais países beneficiários da Iniciativa do G20 para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) durante a pandemia, permitindo à nação produtora de petróleo adiar o pagamento de quase 3 mil milhões de dólares [2,6 mil milhões de dólares] no ano passado", lembrou o analista na entrevista à Bloomberg.
"Com o final do programa do Fundo Monetário Internacional, a incerteza sobre mais conversações relativamente a endividamento bilateral adicional e poucos investimentos no setor petrolífero que podem abrandar a produção, é preciso cautela", argumentou.
Ainda assim, concluiu, "Angola tem o potencial para ter mais melhorias no rating ainda este ano se as coisas correrem bem".
As declarações de Jibran Qureishi surgem poucos dias depois de a Standard & Poor's ter seguido o exemplo da Fitch Ratings e melhorado a opinião sobre a qualidade do crédito soberano de Angola, para B-, e na mesma semana em que foi divulgado o plano de endividamento de Angola para este ano, que prevê uma redução do rácio da dívida sobre o PIB, de 85% em 2021, para 73% este ano e o regresso aos mercados financeiros, com a emissão de títulos no valor de 2,8 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros).
Na entrevista à Bloomberg, Jibran Qureishi apresentou um relatório onde defende que, entre 18 países africanos, há cinco países, os 'fragile five', que vão enfrentar problemas com a dívida nos próximos dois anos devido ao final dos estímulos governamentais dados para combater a pandemia, e a conclusão do alívio da dívida oferecido aos países mais pobres.
O Standard Bank é uma instituição financeira sul-africana, sendo o maior banco africano por ativos, e tem a sede em Joanesburgo.
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