Alemanha toma medidas para aliviar impacto da subida do preço da energia

Os partidos da coligação que sustenta o governo alemão -- sociais-democratas, verdes e liberais -- anunciaram na quarta-feira medidas para aliviar o impacto da subida dos preços da energia.

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Lusa
24/02/2022 06:27 ‧ 24/02/2022 por Lusa

Economia

Rússia/Ucrânia

Os líderes daqueles partidos revelaram, em Berlim, que as medidas incluem redução de impostos e a concessão de ajudas às famílias mais desfavorecidas e vão ter um custo orçamental de 13,6 mil milhões de euros.

A co-líder do Partido Social-Democrata, Saskia Esken, apontou que a decisão demonstra que a coligação tem "capacidade de agir" para reagir a situações de instabilidade, como a atual subida generalizada dos preços da energia.

Avançou que um imposto sobre o consumo doméstico, destinado a financiar o desenvolvimento das energias renováveis, vai ser retirado em 10 de julho e não em 2023, como a coligação tinha acordado.

Recordou também que, tal como o governo já anunciou, as famílias com menos recursos vão receber um cheque para compensar a subida do preço do aquecimento das casas, com uma importância entre 115 e 175 euros, mais um extra por cada filho.

A co-presidente dos Verdes, Rigarda Lang, pela sua parte, assinalou que a subida de preços está a afetar "duramente" muitas pessoas e realçou que a situação em torno da Ucrânia "agudiza ainda mais" o problema.

Lang explicou que é preciso reduzir a "dependência" do gás russo e qualificou a situação atual como de "inflação fóssil", da qual só se pode sair através das energias renováveis.

De entre o pacote de medidas anunciado pelos dirigentes dos três partidos, a líder verde destacou uma ajuda extra de20 euros mensais para cada criança que viva abaixo do limiar da pobreza, enquanto as pessoas que estejam a receber ajudas sociais vão receber um pagamento único de 100 euros.

Por fim, o presidente do Partido Liberal e ministro das Finanças, Christian Lindner, apresentou algumas das medidas de alívio fiscal que a coligação decidiu, para "atualizar o sistema".

Assim, vai ser aumentado em 200 euros o limite dos montantes que os assalariados podem deduzir das respetivas declarações fiscais e em 300 o patamar mínimo isento de contribuições, o que representa uma perda de receita fiscal de quatro mil milhões de euros.

Há mais medidas, que cobrem por exemplo pessoas que "não pagam impostos, mas também sofrem", disse Lindner.

O custo total das ajudas públicas não está quantificado exatamente, mas deve exceder os sete mil milhões de euros, a que se somam os 6,6 mil milhões que se vão deixar de receber.

Leia Também: Conselho de Segurança da ONU. Resolução de 'censura' à Rússia vai a votos

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