David Malpass afirmou que "se os líderes ocidentais conseguirem parar o funcionamento do Banco Central Russo, isso realmente terá um efeito sobre o povo da Rússia".
Em declarações à rede de televisão e rádio norte-americana CBS, o responsável considera que será difícil a Moscovo desviar o impacto das sanções 'Swift' durante muito tempo, dirigindo-se ao sistema rival da China.
"Acho que não vai muito longe", disse.
Malpass referiu, contudo, que as sanções ocidentais para excluir os bancos russos da plataforma interbancária 'Swift' "afetam os bancos, mas aparentemente não a indústria do petróleo e do gás", dos quais a Rússia é um dos maiores produtores do mundo.
Referindo-se à assistência que esta instituição de desenvolvimento pode prestar, Malpass disse que os ministros das Finanças do G7, que se reúnem na terça-feira, "podem decidir em grande parte qual o nível de ajuda que será dado à Ucrânia".
Sem mencionar um montante, adiantou que o Banco Mundial está disposto a prestar apoio "nos próximos dias", através do financiamento de desembolso rápido, bem como de fundos para os programas existentes de apoio aos refugiados na Moldova e na Roménia, em particular.
Questionado sobre o impacto do conflito e das sanções na inflação global, o responsável do Banco Mundial reconheceu "grande preocupação relativamente aos preços do petróleo e dos alimentos".
"A inflação está a atingir os pobres e vai impulsionar os preços da energia e dos alimentos", disse, quando os preços de um barril de crude, gás liquefeito e cereais, dos quais a região é produtora, estão já em máximos recorde.
Segundo Malpass, "há alternativas ao domínio da Rússia" no mercado do gás e do petróleo.
"Os Estados Unidos podem fornecer muito mais se decidirem fazê-lo", disse.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram cerca de 200 civis, incluindo crianças, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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