"O Orçamento do Estado para 2022 [OE2022] terá que refletir desde já, nomeadamente na área fiscal, os ajustamentos necessários para responder à subida dos preços da matérias-primas, ao aumento dos custos de energia, em particular dos combustíveis, e à inflação", afirma o CNCP em comunicado.
Num documento onde condenam "veementemente" a invasão da Ucrânia pela Rússia, as confederações patronais afirmam que "as empresas serão afetadas por toda esta situação, incluindo as que negociam e operam na Rússia e na Ucrânia", e pedem "medidas de apoio para mitigar o impacto para estes operadores económicos".
O CNCP diz também que as confederações patronais estão disponíveis para cooperar com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para a integração profissional de refugiados da Ucrânia.
"Consciente da grave crise humanitária que este conflito também produzirá, o CNCP reitera a sua total disponibilidade, em articulação com o IEFP, para a integração profissional dos refugiados que Portugal possa acolher nos próximos meses", lê-se no comunicado.
As confederações patronais dizem ainda que o "inevitável impacto económico" que o conflito terá em Portugal, sobretudo no domínio energético e alimentar, será "agravado ainda pela dramática situação de seca que assola o país".
"O impacto desta guerra nas empresas e na economia portuguesas será direto, sobretudo pelo aumento dos custos energéticos e de produtos agrícolas, que se repercutirá na inflação", e será também indireto, "uma vez que toda a economia europeia será afetada", acrescentam.
O CNCP é uma plataforma que reúne a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e a Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Leia Também: Governo moçambicano propõe OE2022 virado para recuperação