Redes elétricas ucranianas e moldavas já estão ligadas às da Europa

As redes elétricas da Ucrânia e da Moldova foram hoje ligadas à rede da Europa continental, anunciou a Comissão Europeia, considerando que a medida permitirá um "funcionamento estável" e "luzes acesas em tempos de escuridão" devido à guerra.

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Lusa
16/03/2022 14:49 ‧ 16/03/2022 por Lusa

Economia

Bruxelas

 

"Hoje, as redes elétricas da Ucrânia e da Moldova foram sincronizadas com êxito com a rede da Europa continental. Isto ajudará a Ucrânia a manter o seu sistema elétrico estável, as casas quentes e as luzes acesas durante estes tempos de escuridão", anuncia a comissária europeia da Energia, Kadri Simson.

Numa declaração hoje publicada, a responsável pela tutela no executivo comunitário descreve este como "um marco histórico para a relação UE-Ucrânia nesta área" dado que "a Ucrânia faz agora parte da Europa".

A sincronização surge depois de, no final de fevereiro, os ministros da Energia da UE terem alcançado um consenso político sobre a interligação da rede elétrica ucraniana com a europeia, que contou com o aval da gestora portuguesa da Redes Energéticas Nacionais (REN), para fornecimento após invasão russa do país.

Esta ligação das redes elétricas ucraniana com a europeia facilitará as trocas entre os países e tornará mais fácil ultrapassar problemas de fornecimento de eletricidade para a Ucrânia.

Também há duas semanas, a Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão (ENTSO-E) anunciou ter recebido um "pedido urgente" do operador elétrico ucraniano "para uma sincronização de emergência do sistema elétrico [...] com o sistema elétrico da Europa Continental".

A área abrangida pela ENTSO-E inclui um total de 35 países, da UE e parceiros.

A Ucrânia estava sincronizada com a rede elétrica russa até à invasão russa do país, em 24 de fevereiro.

Na nota hoje divulgada, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, agradece à ENTSO-E e aos Estados-membros da UE "pelo seu apoio a este projeto, que não está isento de riscos".

"A UE continuará a apoiar a Ucrânia no setor energético, assegurando a inversão dos fluxos de gás para o país e a entrega de fornecimentos de energia que são extremamente necessários", vinca Kadri Simson, adiantando aguardar "com expectativa o momento em que se possa continuar a excelente cooperação na transição 'verde' e nas reformas de mercado".

A invasão russa da Ucrânia tem vindo a causar uma acentuada subida no preço do gás na UE e nos preços globais do petróleo, aumento esse que surgiu no contexto de um pico já existente nos preços energéticos, dada a crise no setor.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Açores responsabilizam anterior Governo por atraso em porto espacial

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