"Os preços negativos têm um racional, por de facto o mercado elétrico não se ter ajustado à evolução tecnológica e não se ter ajustado à evolução tecnológica quer dizer que nas tecnologias de antes, no gás, no nuclear, havia custos fixos elevados e custos variáveis também muito elevados. Agora, com as tecnologias das renováveis tenho também investimento de capital intensivo, mas depois custos variáveis ínfimos", afirmou hoje Nuno Ribeiro da Silva.
O presidente da Endesa recorda que não se compra o sol nem o vento.
"Eu tendencialmente terei geração de eletricidade a custo variável zero e o mercado está só focado nessa componente do meu custo e do preço que estou disponível a entrar", acrescenta.
Na prática, acrescentou, que os produtores "pagam o bilhete para se ligarem à rede [elétrica]".
"Se houver desenvolvimento da rede e se for gerida de outra maneira, de forma menos conservadora, levará a que a capacidade de ligação deixe de ser tão escassa e perde valor e os produtores não terão necessidade de fazer esse pagamento de compensação à rede", considerou.
O Governo leiloou, na segunda-feira, a exploração de 263 megawatts (MW) de energia solar em sete barragens do país, tendo adjudicado um total de 183 MW, segundo o Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
o Governo afirmou que o leilão foi "um sucesso", atingindo o preço mais baixo da energia mundial, com um lote ao preço fixo de -4,13 euros por megawatt-hora (MWh), equivalente a um desconto de 110% à tarifa de referência fixada inicialmente pelo Governo.
A Endesa ganhou o direito de ligação dos 42 megawatt (MW) leiloados na barragem do Alto Rabagão, Montalegre, para a instalação de um projeto de energia solar fotovoltaica flutuante com investimento de 115 milhões de euros, disse hoje a empresa.
Segundo a empresa, o projeto naquela barragem vai envolver um investimento de cerca de 115 milhões de euros e deverá entrar em funcionamento em 2026.
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