Os surtos de gripe das aves registados nos Estados Unidos da América e em França, a par da guerra na Ucrânia, estão a reduzir a oferta e a aumentar o preço dos ovos, noticia a Reuters.
Segundo a agência de notícias, que cita dados do governo norte-americano, só este ano foram abatidas mais de 19 milhões de galinhas poedeiras nos aviários do país, eliminando cerca de 6% do total.
Já na Europa, o país mais afetado foi França, que perdeu cerca de 8% do total de galinhas poedeiras. Vale sublinhar que quando uma ave é infetada são abatidas todas as galinhas de forma a conter a doença.
Além do vírus e da guerra, que limitam as exportações do alimento para o Ocidente, a Reuters aponta também a “escassez de mão de obra” e os “altos custos de energia e cereais usados para a ração animal” como motivos para o aumento do preço dos ovos.
Em declarações à mesma agência de notícia, produtores disseram que “é esperado que o preço dos ovos permaneça elevado”, uma vez que demorará meses até que aviários infetados com o vírus da gripe das aves consigam retomar as operações na totalidade. Além disso, a guerra na Ucrânia - país que é um dos principais exportadores de ovos, além de trigo e milho - continua sem fim à vista.
“A indústria está num pânico geral”, disse Marcus Rust, diretor-executivo da Rose Acre Farms, a segunda maior produtora de ovos dos EUA, também citado pela Reuters.
A Ucrânia produziu 14,1 mil milhões de ovos em 2021, segundo dados estatísticos do governo ucraniano. Em 2020, a produção atingiu os 16,2 mil milhões, mais do que os 15,7 mil milhões produzidos pelo maior produtor de ovos da União Europeia, que é França. A Ucrânia tem sido o principal fornecedor de ovos ao bloco europeu nos últimos anos, correspondendo a cerca de metade das importações.
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