"As delegações dos dois países acordaram analisar a possibilidade da construção de um gasoduto do Rovuma ao Maláui para a importação de gás de Moçambique" por aquele país vizinho, do interior de África, lê-se no documento consultado pela Lusa.
O comunicado inclui as decisões tomadas durante a visita do chefe de Estado do Maláui, Lazarus Chakwera, a Moçambique, entre quinta-feira e domingo.
A visita decorreu numa altura em que o Maláui é um dos países que apoia o combate ao terrorismo em Cabo Delgado no âmbito da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Além do gasoduto, e ainda no capítulo da energia, os dois países acordaram "negociar um possível 'joint venture' para o desenvolvimento de uma barragem hidroelétrica nas quedas de Zoa", no rio Ruo, que estabelece a fronteira entre os dois países, "com a capacidade de 41 megawatts".
Moçambique obteve ainda luz verde do Maláui para o desenvolvimento da mini-hídrica de Berua de 1,9 megawatts para a partilha pelas populações de Milanje em Moçambique e Thyolo no Maláui.
Houve também acordo quanto à proposta do Maláui de iniciar a negociação com Moçambique sobre "o estabelecimento de um corredor diplomático de dados na Internet, para permitir que o Maláui se ligue ao cabo de fibra ótica em Moçambique".
No âmbito da cultura e da língua, o comunicado conjunto refere a decisão de "introduzir o ensino da língua portuguesa junto dos malauianos e a formação de diplomatas do Maláui numa universidade diplomática em Moçambique".
O Maláui partilha a maior extensão das suas linhas de fronteira com o norte e centro de Moçambique, país que lhe permite o acesso ao oceano Índico para acesso a mercadorias e a partir do qual obtém parte da energia que consome.
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