Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrual Average perdeu 2,38%, o tecnológico Nasdaq recuou 3,95% e o alargado S&P500 desvalorizou 2,81%.
"Hoje houve prudência com os resultados da Alphabet e da Microsoft", comentou Angelo Kourkafas, analista na Edward Jones, "mas não deixa de ser surpreendente (a forte baixa bolsista), uma vez que não houve verdadeiramente um catalisador identificado".
A Alphabet (-3,04%) e a Microsoft (-3,74%) arrastaram o Nasdaq para terreno negativo, para o que também contribuíram a Meta (-3,23%), que vai apresentar resultados na quarta-feira, a Apple (-3,73%) e a Amazon (-4,58%), com os resultados destas duas esperados para quinta-feira.
Só estas cinco empresas representam 21% do S&P500.
"Pelo passado via-se os títulos das tecnológicas cair quando os rendimentos obrigacionistas subiam", recordou Angelo Kourkafas. "Mas hoje os rendimentos desceram por causa das inquietações com o crescimento" da economia.
O rendimento proporcionado pela dívida pública dos EUA a 10 anos baixou para 2,72%, o seu nível mais baixo desde há duas semanas.
Depois de a praça fechar, a Alphabet, que controla a Google, divulgou um volume de negócios e um lucro abaixo dos que os analistas esperavam.
Em consequência, nas transações eletrónicas posteriores ao fecho, o título estava a ceder cerca de cinco por cento.
"Também há inquietação com o facto de as empresas cujos resultados excedem as expectativas tenham a tendência de rever em baixa as suas previsões", comentou Tom Cahill, de Ventura Wealth Management.
E revisões em baixa das previsões foi mesmo o que fizeram o conglomerado GE, que perdeu 10,34%, apesar de divulgar resultados acima das expectativas, e a transportadora aérea JetBlue, que desvalorizou 11,41%, depois de também anunciar uma redução dos voos em 10%, para melhorar a fiabilidade dos horários, incorporar a subida dos custos de combustível e defender a margem de lucro.
Outro fator de preocupação para os investidores é a China, onde o cenário de um confinamento em Pequim, depois do de Xangai, se precisa, depois de as autoridades terem noticiado hoje a identificação de 17 mil novos casos de infeção com o novo coronavirus na capital económica do país, nas últimas 24 horas.
"A preocupação é que a China continue a confinar, o que pode provocar novas perturbações nas cadeias logísticas", além a redução da procura chinesa, apontou Tom Cahill.
"Isto pode pesar nos resultados das empresas" no segundo trimestre e depois, disse, quando as cotadas estão a divulgar os resultados do seu desempenho no primeiro trimestre do ano.
Entre as cotadas, a Tesla está a viver mal tanto os confinamentos na China, como a vontade do seu dono de adquirir a empresa da rede social Twitter. Hoje recuou 12% e desde o início da operação para a aquisição da Twitter já desvalorizou mais de 20%.
Já a cotação da ação da Twitter, no dia seguinte ao anúncio de um acordo para o seu controlo do Elon Musk, afastou-se claramente do preço de aquisição proposto (54,20 dólares), ao desvalorizar hoje 3,91%, para os 49,68 dólares.
Se a operação for um sucesso, a Twitter vai sair da bolsa, menos de 10 anos depois de ter começado a ser cotada.
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