A ilha Terceira, nos Açores, tem uma nova casa de acolhimento residencial com capacidade para 10 crianças e jovens, que contou com um apoio de 240 mil euros do executivo açoriano.
"Fomos recetivos a uma necessidade manifestada pela instituição, que pagava renda para esta valência, e investimos 240 mil euros na aquisição e remodelação deste imóvel, que recebe agora a resposta de acolhimento residencial feminino da Santa Casa [da Misericórdia da Praia da Vitória], com melhores condições de conforto e segurança", afirmou hoje o vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, na inauguração do espaço.
A instituição já acolhia crianças e jovens na Praia da Vitória, mas num edifício arrendado, com capacidade para oito utentes.
Segundo o vice-presidente do executivo açoriano, que tutela a Segurança Social, os Açores têm atualmente 30 casas de acolhimento para crianças e jovens, "com capacidade instalada total de 390 lugares e com frequência, à data de 10 de maio, de 277 utentes".
Artur Lima disse que o acolhimento em residências deve ser "a última resposta" acionada pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e tribunais, mas nos casos em que é necessário deve ser garantido "um ambiente familiar para que as crianças se sintam protegidas e cuidadas com afeto".
"O objetivo otimista do Governo é que existam condições de proteção da criança, sem que se tenha de recorrer à institucionalização. Isto exige uma ação ativa a montante, junto das famílias, para que as negligências e os maus-tratos sejam evitados", frisou.
Mesmo nos casos em que a institucionalização é necessária, o vice-presidente defendeu que as famílias "não se podem desresponsabilizar das suas funções".
"Cada caso é um caso, mas, se se afigurar possível, devemos aprofundar o trabalho com as famílias, para que possam ultrapassar as dificuldades que apresentam nos cuidados prestados aos seus filhos e para que as competências em falta sejam adquiridas", reforçou.
Segundo Laurénia Borges, técnica de ciências de educação da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, apesar do reforço de vagas, a procura por este tipo de valências continua a ser elevada.
"Infelizmente, ainda há muita procura e não há muita capacidade. De oito passámos para 10, sempre são mais dois. Há muita procura porque é suposto as crianças virem cá por seis meses e o que acontece é que, por algum motivo, a família não se organiza e é necessário ficarem mais tempo", apontou.
Laurénia Borges disse que as jovens ajudaram a decorar a nova residência e "sentem o espaço como delas".
"Já há alguns anos andávamos num espaço alugado um bocado estragado e com o qual as crianças não se identificavam. É uma grande felicidade finalmente termos um espaço nosso, que foi ajudado a ser decorado pelas nossas jovens", afirmou.
A residência acolhe crianças e jovens entre os 12 e os 18 anos do sexo feminino, mas permite uma prorrogação até aos 25 anos, caso seja solicitado pelas utentes.
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