África subsaariana cresce mas países mais pobres perdem ponto percentual
O Banco Mundial alertou hoje que a guerra na Ucrânia pode tirar um ponto percentual ao crescimento dos países de baixo rendimento na África subsaariana, região cuja economia deverá crescer 3,7% este ano.
© Lusa
Economia Banco Mundial
"No seguimento da recuperação de 4,2% em 2021, o crescimento na África subsaariana abrandou este ano devido às pressões dos preços a nível interno, parcialmente induzidas pelas perturbações na oferta devido à guerra na Ucrânia, reduzindo os rendimentos reais e a capacidade de compra de alimentos, especialmente nos países de baixo rendimento", lê-se no relatório Perspetivas Económicas Globais, hoje divulgado em Washington.
"O crescimento na África subsaariana deverá ser de 3,7% em 2022 e 3,8% em 2023, em linha com as previsões de janeiro, mas excluindo as três maiores economias [Nigéria, África do Sul e Angola], o crescimento foi reduzido em 0,4 pontos percentuais em 2022 e em 2023", aponta-se no relatório, que mostra o duplo efeito da evolução dos preços energéticos.
O Banco Mundial alerta que "os preços elevados das matérias primas pode sustentar as recuperações nos setores extrativos, mas em muitos países a inflação elevada vai eliminar os rendimentos reais, deprimir a procura e aprofundar a pobreza" e salienta que "nos países de baixo rendimento, o crescimento foi revisto em quase um ponto percentual este ano devido à inflação nos preços alimentares e à escassez de alimentos, que deverá causar um impacto particularmente severo nas populações vulneráveis, piorando ainda mais a situação de insegurança alimentar nesses países".
O abrandamento do crescimento na região vai também intensificar as perdas nos rendimentos reais, resultante da pandemia de covid-19, diz o Banco Mundial, lamentando que "a região deverá ser a única entre os mercados emergentes e economias em desenvolvimento onde o rendimento per capita não vai regressar aos níveis de 2019 nem em 2023".
O alívio da pobreza, concluem, pode estar em causa na região, "especialmente em países onde as populações vulneráveis são em número significativo, como na República Democrática do Congo e Nigéria, e em que a dependência de alimentos importados é alta, como no Benim, Ilhas Comoros, Gâmbia e Moçambique".
Sobre Angola e Nigéria, o Banco Mundial diz que "o momento de crescimento positivo continuou este ano, com os preços altos do petróleo, a estabilização da produção petrolífera e a recuperação noutros setores a sustentaram a atividade na primeira metade do ano".
No entanto, alertam, "a persistentemente elevada inflação, os cortes energéticos e a escassez de comida e combustíveis têm dificultado as recuperações".
A nível mundial, o Banco Mundial prevê que o crescimento global caia de 5,7% em 2021 para 2,9% este ano, "significativamente abaixo" dos 4,1% previstos em janeiro, e alerta para o risco acrescido de um cenário de estagflação, ou seja, uma situação em que o crescimento baixo é acompanhado de altas taxas de inflação.
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