A taxa de poupança das famílias diminuiu para 8,3% nos primeiros três meses do ano, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira.
O rendimento disponível bruto das famílias aumentou 1,4% no primeiro trimestre face ao trimestre anterior, com crescimentos de 1,7% e 2,4% das remunerações e do Valor Acrescentado Bruto (VAB), respetivamente, indicam as contas nacionais trimestrais por setor institucional do INE.
Porém, a despesa de consumo final aumentou 4,1% (face a 2,3% no trimestre anterior), "determinando a redução da taxa de poupança para 8,3% (10,7% no trimestre anterior), o que, em conjunto com o aumento do investimento, conduziu à redução da capacidade de financiamento em 1,9 pontos percentuais (p.p.), para 2,4% do PIB", explica o INE.
Ou seja, o aumento em 4,1% do consumo privado foi superior ao crescimento do rendimento disponível (1,4%).
Tendo em conta a decomposição da taxa de variação (1,4%) do rendimento disponível bruto das famílias no ano acabado no 1.º trimestre, verifica-se que as remunerações e o excedente bruto de exploração contribuíram em 1,1 e 0,5 pontos percentuais, respetivamente, para essa taxa de variação, destacando-se ainda o contributo negativo de 0,2 pontos percentuais dos impostos pagos pelas famílias.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) das famílias, que corresponde essencialmente a habitação, aumentou 3,2% no 1.º trimestre de 2022 face ao trimestre anterior.
Comparando com o trimestre homólogo, o aumento da FBCF das famílias foi 13,8%.
Já a taxa de investimento das famílias (medida através do rácio entre a FBCF e o rendimento disponível) aumentou para 6,2%.
O rendimento disponível bruto ajustado das famílias 'per capita' fixou-se em 17,2 mil euros no 1.º trimestre de 2022, um aumento de 1,5% face ao trimestre anterior.
A taxa de variação do PIB 'per capita' foi 2,9%, superior em 1,4 pontos percentuais relativamente à variação do rendimento disponível bruto ajustado (0,5 pontos percentuais no trimestre anterior).
O INE nota que o rendimento bruto disponível ajustado difere do rendimento bruto disponível por incluir o valor dos bens e serviços adquiridos ou produzidos pelas Administrações Públicas ou as famílias e instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias que se destinam ao consumo, como por exemplo, comparticipações na aquisição de medicamentos.
[Notícia atualizada às 12h35]
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