Voos cancelados podem tornar-se no "novo normal" na Europa
O cancelamento de voos pode tornar-se no "novo normal na Europa", com as companhias aéreas a terem poucos incentivos para contratar e aumentar massa salarial, numa altura de aumento dos preços dos combustíveis, segundo um estudo.
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Economia Estudo
No documento, elaborado pela Allianz Trade, acionista da Cosec -- Companhia de Seguro de Créditos, lê-se que "os voos cancelados podem tornar-se o novo normal na Europa à medida que as companhias aéreas se esforçam por proteger as margens, num contexto de subida dos preços dos combustíveis" em 89%, no acumulado deste ano.
Assim, tendo em conta que "os salários que representam 25% das receitas (face à média global de 19%), as companhias aéreas europeias têm pouco incentivo para resolverem a escassez de pessoal a curto prazo", indicou a Allianz Trade.
Consequentemente, "as tarifas aéreas estão a disparar na Europa", sendo que "após anos de quedas", o estudo estima que os preços aumentem 21% em 2022, acrescentando que "embora isto faça crescer a receita em +102% em termos homólogos, em 2022, isso não será o suficiente para evitar um terceiro ano consecutivo de prejuízos", de cerca de 9,7 mil milhões de dólares (cerca de 9,4 mil milhões de euros), garantindo que as "companhias aéreas europeias não atingirão o 'break-even' até 2023".
Por outro lado, "a longo prazo, a transição verde representa uma perturbação ainda maior para as companhias aéreas em Europa, dada a crescente concorrência dos operadores ferroviários, que produzem menos 85% de CO2 do que os aviões e são propriedade do Estado (ou seja, apoiados financeiramente no investimento)", indicou o estudo.
Assim, renovar uma frota antiga "será caro para um setor cuja dívida cresceu 1,4 vezes em 2020", destacou, alertando ainda que a implementação de novos regulamentos sobre a utilização de combustível de aviação sustentável irá ainda esmagar mais as margens das companhias.
Nas últimas semanas, tem-se assistido a uma vaga de cancelamentos e perturbações na operação das companhias aéreas e aeroportos, sobretudo devido a falta de pessoal, num contexto de recuperação rápida do transporte aéreo, depois da pandemia.
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