"Aproveitámos hoje a oportunidade para convocar o Conselho de Governadores do MEE para selecionar um sucessor de Klaus Regling quando ele chegar ao fim deste mandato. Itália decidiu retirar os seus excelentes candidatos e depois realizámos uma votação sobre os dois candidatos restantes, João Leão e Pierre Gramegna", declarou Paschal Donohoe, falando na conferência de imprensa após o Eurogrupo, em Bruxelas.

Ressalvando que Leão e Gramegna são "ambos são excelentes candidatos" e "têm muito apoio", o presidente do Eurogrupo assinalou que "nenhum deles atingiu o limiar dos 80%" dos votos expressos, que tem em conta o capital acionista no MEE.

Por isso, "voltaremos a esta questão em setembro, quando procuraremos fazer mais progressos e escolher um novo diretor executivo a tempo do fim do mandato de Klaus Regling", indicou Paschal Donohoe.

"Com base na reunião que tivemos aqui esta noite e com base no trabalho adicional que os ministros terão de fazer, acredito que veremos um dos dois candidatos como diretor executivo do MEE", vincou.

Questionado sobre as razões para esta confiança, o presidente do Eurogrupo afirmou ser "uma pessoa otimista por natureza".

"Nestas circunstâncias particulares [...], creio que há muito boas razões para estar otimista [porque] o mandato de Klaus Regling não termina antes de outubro e, dada a importância deste cargo e dado o interesse que os países têm, [...] seria sempre necessário tempo para se chegar a um resultado", acrescentou Paschal Donohoe.

E garantiu: "O processo está a desenrolar-se exatamente de acordo com as minhas expectativas e de cada vez que nos reunimos no Conselho de Governadores do MEE fazemos progressos".

Os ministros das Finanças da zona euro não conseguiram hoje novamente chegar a acordo sobre a nomeação para o cargo de diretor executivo do MEE, depois de uma falta de consenso também na reunião anual do Conselho de Governadores, no final de junho passado.

A votação é feita por maioria qualificada, o que implica que o escolhido reúna 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado.

Fonte ligada ao processo indicou à Lusa que João Leão foi o candidato mais votado, com 55,3% dos votos dos acionistas do MEE na sua ronda, contra 47,7% no candidato luxemburguês na sua, mas este favoritismo não foi suficiente para chegar ao limiar dos 80%.

Itália retirou hoje o seu candidato ao cargo de diretor executivo do MEE -- o chefe de gabinete do comissário europeu da Economia, Marco Buti -- e passou a apoiar o candidato português, em detrimento do outro, o ex-ministro das Finanças luxemburguês Pierre Gramegna.

Um destes dois nomes irá suceder ao atual diretor executivo do MEE, Klaus Regling, que termina o seu segundo mandato à frente do MEE a 07 de outubro, devendo o seu sucessor iniciar funções no dia 08.

O diretor executivo do MEE é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos e podendo ser renovados apenas uma vez.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da zona euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

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