"Em primeiro lugar, quero realçar o aspeto positivo da mensagem. Acho que [a presidente executiva da TAP] tentou apelar à união de todos os trabalhadores da empresa, no sentido de reunirmos esforços para conseguirmos acompanhar o momento que está a acontecer a nível europeu", afirmou Paulo Manso, em declarações à Lusa.
A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, sublinhou a importância da operação deste verão no "bom desempenho" da companhia, avisando os trabalhadores que não aproveitar "ao máximo" a oportunidade decorrente da "excecional onda de procura" poderá trazer arrependimentos.
Numa comunicação intitulada "Operação verão", enviada, esta segunda-feira, aos trabalhadores e a que a Lusa teve acesso, a presidente executiva da TAP, começou por acentuar que, apesar de os "ventos" serem ainda "instáveis", já "há um vislumbre de luz no fim do túnel" perante uma recuperação do setor da aviação e do turismo a um ritmo mais rápido do que o previsto.
No entanto, Christine Ourmières-Widener referiu que, "no futuro imediato, a operação deste verão é fundamental para impulsionar o bom desempenho da TAP e garantir os resultados acordados com as instituições europeias, acentuando que apenas as companhias aéreas que forem "ágeis e capazes de responder a esta excecional onda de procura reprimida, em vez de serem esmagadas por ela, serão capazes de prosperar, ou mesmo de sobreviver".
Tal resposta "exigirá um esforço de todos nós" e "podemos arrepender-nos se não aproveitarmos ao máximo a oportunidade que se nos depara", afirmou a presidente executiva da TAP.
Para o presidente do Sitema, esta mensagem acompanha aquilo que o sindicato tem vindo a defender: a procura de "pontos de união e não de desunião, como tem vindo a acontecer".
O sindicalista destacou ainda o reconhecimento de que a operação está com valores acima das previsões e a voltar aos valores pré-pandemia.
Contudo, lembrou que os trabalhadores não conseguem percecionar "essa luz ao fundo do túnel, especialmente, ao final do mês".
Sublinhando que a operação e o próprio trabalho se assemelha ao verificado em 2019, Paulo Manso notou que este período está a ser "muito exigente" para todos os trabalhadores, o que considerou ser "gerível apenas durante um curto período de tempo".
Já no que se refere ao encerramento do negócio de manutenção no Brasil, o sindicato disse que "o facto de estar a ser permanentemente injetado dinheiro" trazia alguma preocupação.
Ainda assim, vincou que este pode ser um bom negócio, embora ressalve que a companhia não teve capacidade de o aproveitar.
"Estaremos cá todos para ver, daqui a três ou quatro anos, se este negócio não vai ser comprado por uma outra companhia, nomeadamente norte-americana, e se não vai ser rentável", concluiu.
O jornal Público avançou hoje que o negócio de manutenção da TAP no Brasil (TAP M&E Brasil), encerrado em maio, somou um prejuízo de quase 600 milhões de euros em 13 anos.
Só em 2021, as perdas deste negócio rondaram os 84,3 milhões de euros, segundo as contas do grupo.
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