"A greve vai-se manter. As conclusões da reunião de hoje não foram suficientes para que a greve pudesse ser desconvocada", disse à agência Lusa Manuel Oliveira, do SNMOT.
A greve nos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) vai realizar-se de 01 a 07 de agosto, sendo aplicada às duas primeiras horas e duas últimas horas de cada serviço para todos os assistentes operacionais daquela entidade.
"Pedimos desde já desculpa a todos os utentes pelos inconvenientes que possam vir a existir", salientou Manuel Oliveira, referindo que a Câmara de Coimbra continua a não querer aplicar o acordo que vigora desde janeiro.
Esta ação de luta surge após a ausência de cumprimento por parte dos SMTUC relativamente ao acordo firmado entre os trabalhadores e aquela estrutura municipal em janeiro, relativamente às horas de trabalho.
Em causa, está o facto de os trabalhadores iniciarem o seu serviço num local e terminarem a sua jornada de trabalho diária noutro local distinto, com o acordo a indicar que o tempo que dista entre o local de início e de termo deve estar incluído no horário de trabalho.
"Aquilo que a Câmara nos disse hoje foi que teria dois pareceres a dizer que o acordo assinado não se aplicaria aos SMTUC. Então, aplicar-se-ia a quem? Fomos nós que provocámos o processo negocial", frisou Manuel Oliveira, referindo que ninguém da Câmara pediu até agora a nulidade da cláusula.
Caso a situação se mantenha, o dirigente sindical mantém em aberto a possibilidade de a luta retomar em setembro.
"Tivemos o cuidado de convocar a greve fora do período escolar. Queremos demonstrar o nosso descontentamento e causar a menor perturbação possível, mas está em cima da mesa retomar a luta em setembro", salientou.
Na reunião entre a Câmara de Coimbra e o SNMOT, foi também abordada a intenção do município de avançar com a internalização dos SMTUC.
"É uma situação que nos levanta algumas dúvidas. Pedimos à Câmara que nos enviasse os alegados estudos que suportam essa opção para nós podermos avaliá-la", referiu Manuel Oliveira.
O dirigente sindical, apesar de considerar que a situação laboral dos trabalhadores não é posta em causa com essa medida, levanta reservas quanto a olhar para a internalização como "uma panaceia", salientando que é também importante perceber se a marca dos SMTUC "fica ou não".
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