Volume de negócios de empresas públicas de Cabo Verde aumenta 27%
O volume de negócios do Setor Empresarial do Estado (SEE) de Cabo Verde aumentou 27% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o período homólogo, segundo dados divulgados hoje pelo Ministério das Finanças.
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Economia Cabo Verde
De acordo com o relatório trimestral do desempenho do Setor Empresarial do Estado (SEE), elaborado pela Unidade de Acompanhamento do Setor Empresarial do Estado (UASE), do Ministério das Finanças e da Promoção Empresarial, entre janeiro e março esse setor registou uma taxa de realização de 97%, fixando-se nos 8,3 mil milhões de escudos (76 milhões euros).
"As empresas ligadas ao setor dos transportes e logísticas, setor bastante afetado pela pandemia, registaram um aumento nos seus volumes de negócios", avançou ainda o Ministério das Finanças em nota de imprensa.
Segundo a mesma fonte, a eficiência operacional no primeiro trimestre de 2022 refletiu uma "melhoria significativa", traduzida pela dinâmica positiva do resultado operacional (+70%) e do resultado líquido (+33%).
Para os respetivos resultados, contribuíram significativamente as seis maiores empresas do SEE, que viram o resultado operacional bruto passar de 219 milhões de escudos (1,9 milhões de euros) negativos para 369 milhões de escudos (3,3 milhões de euros), representando um aumento de 267,9%.
"O resultado líquido do SEE no 1.º trimestre de 2022 é resultante de 12 empresas do setor analisadas com valor positivo de 617,6 milhões de escudos (5,6 milhões de euros)", precisou o Governo cabo-verdiano.
Em sentido contrário, 20 empresas públicas tiveram um valor negativo de 1,5 mil milhões de escudos (13,8 milhões de euros), tendo quatro empresas (AdS, Electra, TACV e TICV) contribuído com 80% do valor.
Do ponto de vista patrimonial, no 1.º trimestre de 2022, o total do ativo do SEE ascendia a 126 mil milhões de escudos (1,1 mil milhões de euros), sendo 49,8 mil milhões de escudos (452 milhões de euros) em ativos correntes e 76,6 mil milhões de escudos (695 milhões de euros) em ativos não correntes.
Quanto ao passivo do SEE, no primeiro trimestre deste ano totalizava 114,5 mil milhões de escudos (1,038 mil milhões de euros), representando 91% do balanço do setor.
"Este passivo serviu para financiar 39% do ativo corrente e 61% do ativo não corrente, significando que os capitais próprios ao longo dos anos têm sido muito reduzidos (9% no 1.º trimestre de 2022)", constatou-se no relatório.
No período em análise, o relatório concluiu que o comportamento relativamente às opções de financiamento das seis maiores empresas do SEE durante a fase de retoma tem sido contrário às restantes empresas do setor.
"Estas têm optado principalmente por capitais próprios para financiarem a retoma, registando assim uma diminuição do ativo em cerca de 6,4% por causa da sua utilização no financiamento da atividade corrente, bem como no financiamento das suas responsabilidades para com os terceiros, com impacto na redução do 'stock' da dívida em 0,4%", explicou.
Numa análise às seis maiores empresas públicas (ASA, Electra, Emprofac, Enapor, IFH e TACV), entre janeiro e março contribuíram com 65% do volume de negócios e 53% do valor acrescentado, mas, ainda assim, com 69% para o resultado líquido negativo do setor.
De um modo geral, todas as outras empresas registaram crescimento positivo do volume de negócios, destacando o setor dos transportes aéreos, com 174,7% e 2181,4%, para a ASA e TACV, respetivamente, com impacto positivo na riqueza criada em 84%.
Este é o segundo relatório trimestral, sendo que o primeiro foi referente ao 4.º trimestre de 2021, que apoia a UASE no seu processo de monitorização e acompanhamento junto das empresas pertencentes públicas, bem como na identificação precoce e consequente mitigação de potenciais riscos fiscais que as mesmas possam representar para a Estado.
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