"O que estamos a apresentar hoje é um projeto que, neste momento, está em concurso, que é um investimento de 12,7 ME que pretende reequipar um parque eólico [do Paul da Serra] que tem cerca de 22 anos e substituir cinco aerogeradores por um", afirmou Pedro Fino, que visitou o local na companhia do presidente do conselho de administração da EEM, Francisco Tabuada.
O governante madeirense destacou que a atual "crise energética reforça a importância do investimento que tem sido seguido pelo Governo Regional ao longo dos anos na aposta das renováveis" neste arquipélago.
O responsável do executivo madeirense adiantou que este projeto, que deve ter início no próximo ano e estar terminado em 2024, irá proporcionar uma produção estimada da ordem dos 30 GWh/ano e beneficiar 5.000 consumidores da região.
O concurso hoje lançado diz respeito ao Parque Eólico Paul I, que tem 22 anos de existência, "está no final de vida útil", sendo necessário "reequipá-lo só com uma torres que substitui os atuais cinco aerogeradores que vão ser desmantelados", complementou Pedro Fino.
O secretário destacou que, no atual quadro de crise energética, está a ser feita "uma aposta grande por parte da EEM na produção de energia elétrica, através das renováveis, que está a ser complementado com outros investimentos por parte também na redução do consumo".
Nesta área, observou que estão a ser desenvolvidos projetos de reabilitação energética no parque habitacional público, referiu.
Também adiantou que, no âmbito do pacote do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), está previsto o investimento de 69 ME, "tendo em conta a potenciação das fontes renováveis, nomeadamente na central hidrelétrica da Calheta e da Serra de Água, com a reinstalação de equipamentos com maior potência, além de intervenções nas duas centrais de baterias no Porto Santo e Madeira.
Pedro Fino mencionou ainda a aposta no desenvolvimento das redes inteligentes associadas à iluminação publica e nos contadores inteligentes.
"É fundamental este tipo de investimentos porque estamos a viver uma crise energética sem precedentes, em que os combustíveis fósseis estão a atingir níveis muito elevados", argumentou, indicando que "o sobrecusto da EEM na produção de energia elétrica está ser muito elevado", nomeadamente, "o esforço de tesouraria este ano".
Por seu turno, o presidente da EEM, Francisco Tabuada disse que "a renovável eólica anda por volta do 15% da produção total de energia" na região.
"A produção por fontes renováveis em 2021 atingiu 32,6% e, com a entrada em serviço da nova central hidroelétrica da Calheta, a perspetiva é que esse valor aumente e chegue aos 40%. Mas, isso dependerá dos recursos naturais que tivermos durante o ano, nomeadamente da chuva", realçou.
Segundo este responsável, no primeiro trimestre deste ano, na Madeira, "verificou-se que o recurso natural vento foi muito grande, na ordem dos 47%", o que representa que houve um "aumento da energia renovável eólica enquanto a energia de origem hidroelétrica baixou bastante".
"Apesar dos investimentos em termos de potência que se colocam aqui, quer na eólica, quer nas hidroelétricas, serem investimentos avultados, o Governo [da Madeira] faz questão, neste momento difícil, de imprimir ainda com mais força, isso não significa que a energia no fim do ano seja correspondente", ressalvou Francisco Tabuada.
Leia Também: Seca. São Pedro do Sul terá 195 mil euros para intervenções de emergência