O ministro da Economia, António Costa Silva, disse na terça-feira que os sinais não podem ser ignorados e que é provável que a economia portuguesa abrande ainda na reta final deste ano. Relativamente às previsões para 2023, diz apenas que se estima um crescimento mais baixo, mas remete os números para o ministro das Finanças.
"A economia portuguesa vai crescer cerca de 6,4% ou 6,5% este ano, é um crescimento notável, é o maior crescimento da zona euro", disse o ministro da Economia, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, sublinhando que "não podemos ignorar os sinais".
Costa Silva admite que, "provavelmente, no último trimestre deste ano já vamos ter um abrandamento da economia e para o ano o abrandamento a nível europeu é claramente o que vai acontecer".
Questionado sobre os números do próximo ano, o ministro da Economia disse apenas que as previsões apontam para um "crescimento mais baixo", mas remeteu os dados para o anúncio que será feito pelo ministro Fernando Medina.
"Recordo que vamos entrar no inverno. Se chegarmos ao inverno e a Rússia pura e simplesmente cortar o abastecimento de gás à Alemanha vamos ter uma convulsão em termos desmarcados. Temos de nos preparar para isso", acrescentou Costa Silva.
O Bundesbank prevê uma recessão na economia alemã no inverno devido à escassez de fornecimento de energia causada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
No boletim de setembro, publicado no início da semana, os economistas do Bundesbank veem sinais crescentes de que a economia alemã entrará em recessão, o que consideram ser "um declínio acentuado, grande e duradouro da produção económica".
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