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Rússia espera uma redução de 10% na produção de gás

A produção de gás na Rússia poderá cair até 10% em 2022, admitiu hoje, em Moscovo, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak.

Rússia espera uma redução de 10% na produção de gás
Notícias ao Minuto

17:42 - 14/10/22 por Lusa

Economia Ucrânia/Rússia

"Não vou dar um número concreto, mas se as exportações forem como hoje, poderá haver uma redução de até 10% aproximadamente", disse Novak aos jornalistas à margem do Fórum Semana Russa da Energia, citado pela agência russa Interfax.

A produção russa de gás totalizou 763.000 milhões de metros cúbicos em 2021.

A guerra que a Rússia iniciou na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, revelou a dependência energética dos países europeus face a Moscovo, que já cortou fornecimentos a alguns clientes em reação às sanções de que tem sido alvo.

De acordo com dados da Comissão Europeia, a Rússia fornece 43% do gás natural consumido na União Europeia (UE).

Em agosto, entrou em vigor na UE um plano de redução voluntária de 15% da procura de gás natural este inverno, face a possíveis novos cortes da Rússia.

O vice-primeiro-ministro russo disse também que o preço do petróleo no mercado internacional em 2023 será de cerca de 100 dólares (mais de 102 euros, ao câmbio atual) por barril, no contexto de uma queda do investimento global.

"Na situação atual, provavelmente veremos preços no próximo ano semelhantes aos que vemos hoje", disse Novak, acrescentando que o preço será de cerca de 100 dólares, segundo a agência espanhola EFE.

Numa intervenção na Semana Russa da Energia, Novak disse que os investimentos no setor petrolífero mundial caíram acentuadamente no ano passado.

"Este é um problema real. No meio do júbilo da transição para uma agenda verde, aconteceu o seguinte: o nível de investimentos no setor mundial do petróleo diminuiu agora mais de metade", afirmou.

Segundo Novak, "se [o investimento] costumava ser de 700.000 milhões de dólares [cerca de 720.390 milhões de euros, ao câmbio atual] por ano, hoje é aproximadamente de 300.000 milhões de dólares [cerca de 308.740 milhões de euros] por ano".

"Este é um problema que se irá agravar", alertou.

Novak considerou que o défice de investimento global foi criado artificialmente.

"Há um ano, a Agência Internacional de Energia (...) declarou que era necessário parar completamente o investimento em projetos ligados ao setor do petróleo e do gás. Os principais bancos seguiram o exemplo e declararam que pararam e vão deixar de financiar e creditar estes projetos", disse.

Novak referiu que as empresas russas mantiveram os seus programas de investimento, ao contrário da recomendação.

"Temos recursos suficientes", afirmou.

Novak disse tratar-se da estratégia correta, porque "ninguém está a rejeitar a energia verde, mas tem de se chegar lá gradualmente".

Relativamente aos riscos gerados pelas sanções ocidentais e à possibilidade de se impor um limite de preço ao petróleo, Novak disse que a Rússia está a procurar reorientar as suas rotas de exportação, uma vez que não venderá petróleo àqueles que aplicam esta medida.

A exportação será redirecionada não só para países da região Ásia-Pacífico, mas também para África e América Latina, acrescentou.

Leia Também: Kremlin diz que Turquia está interessada em distribuir gás russo à Europa

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