O Ministério do Ambiente e da Ação Climática informou, esta segunda-feira, que “não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria”.
O esclarecimento do ministério tutelado por Duarte Cordeiro surge após a Nigeria LNG Limited, principal fornecedor de gás natural de Portugal, ter alertado a Galp para “uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito”.
“O Ministério do Ambiente e da Ação Climática informa que não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria. Mesmo que tal acontecesse, não há escassez no mercado”, sublinha um comunicado enviado às redações.
“Qualquer informação alarmista é desadequada, ainda mais em tempos de incerteza global”, acrescenta.
Segundo a Nigeria LNG Limited, a redução está relacionada com as “vastas inundações que se verificaram na Nigéria”. De acordo com Galp, ainda "não foi disponibilizada qualquer informação que suporte a avaliação dos potenciais impactos do evento, que poderão, no entanto, resultar em perturbações adicionais de abastecimento" à petrolífera portuguesa.
Hoje, recorde-se, o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas advertiu que cinco milhões de pessoas em 19 países da África Ocidental e Central foram afetadas pelas fortes chuvadas.
As inundações mataram centenas de pessoas e afetaram a sua subsistência, dizimando mais de um milhão de hectares de terras agrícolas e deslocando dezenas de milhares de pessoas das suas casas.
Entre os países mais atingidos encontram-se a Nigéria, onde as inundações afetaram 3,48 milhões de pessoas, causaram numerosas mortes e destruíram 637.000 hectares de terras agrícolas, e o Chade, que está a sofrer as piores inundações em 30 anos, com um milhão de pessoas afetadas, centenas de casas destruídas e graves danos em terras agrícolas e meios de subsistência.
Também as chuvas torrenciais afetaram 109.000 pessoas na Gâmbia e 35.000 na República Centro-Africana (RCA), no final de julho.
Esta situação é agravada pelo facto de os preços dos alimentos em muitos países da região continuarem a subir em comparação com a média de cinco anos.
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