A adenda ao acordo para implementar um projeto integrado de emprego e formação profissional em Cabo Verde foi assinada, na cidade da Praia, pelo diretor geral do Emprego de Cabo Verde, Danilson Borges, pelo presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Cabo Verde, Paulo Santos, pelo presidente do IEFP de Portugal, Domingos Lopes.
E foi homologado pelo vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, e pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que está de vista ao arquipélago.
O acordo dá continuidade ao apoio técnico e financeiro de Portugal ao IEFP de Cabo Verde, nomeadamente à Direção-Geral do Emprego, Sistema Nacional de Qualificações e ao IEFP, particularmente nos centros de emprego e formação profissional da Variante, de Santa Cruz, de Santa Catarina e do Fogo.
A ministra portuguesa disse que o documento procura garantir a operacionalização da livre circulação de trabalhadores na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), particularmente entre os dois países, mas também ajudar Cabo Verde a se transformar num 'hub' nessa área.
"Acho que é fundamental para todos nós, no mundo em que vivemos, cada vez mais ter a capacidade e a liberdade de circulação de talento nos países da CPLP, mas também garantir que as pessoas têm a valorização do seu talento e a garantia de salvaguarda das suas condições de trabalho digno", salientou Ana Mendes Godinho.
Depois da assinatura, os institutos de emprego e formação profissional dos dois países vão identificar as áreas prioritárias de formação, mas a ministra apontou, para já, a área tecnológica, hotelaria e restauração e construção civil.
"Há cada vez mais necessidade de fazermos um encontro para garantir que as pessoas têm a sua valorização reconhecida e é nisso que estamos a trabalhar em conjunto", reforçou.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, disse que "faz sentido" promover a livre circulação de pessoas e bens na CPLP, esperando, para isso "menos burocracia" e "mais facilidades" na sua efetiva implementação.
"Permitir que os talentos possam circular no espaço da CPLP sem restrições desnecessárias", entendeu o porta-voz do Governo cabo-verdiano, esperando também que a formação profissional no país seja certificada.
De manhã, os governos cabo-verdiano e português assinaram um memorando de entendimento sobre Mobilidade Laboral, e a ministra anunciou que o Governo de Portugal pretende instalar um centro para formação profissional em Cabo Verde, para servir as necessidades de trabalhadores qualificados do arquipélago, dos países vizinhos e das empresas portuguesas,
O acordo foi assinado quando se multiplicam ações de recrutamento de empresas portuguesas no arquipélago, em áreas como hotelaria, restauração ou motoristas, com milhares de candidatos cabo-verdianos a comparecerem a entrevistas para algumas dezenas de vagas, na sequência da alteração da ratificação do acordo de mobilidade na CPLP e da alteração da lei de vistos em Portugal.
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