Segundo o BdP, no mês de agosto de 2022, as balanças corrente e de capital atingiram um excedente de 339 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 468 milhões de euros relativamente ao mesmo período de 2021.
"Para esta evolução contribuiu o aumento do défice da balança de bens, de 1.681 milhões de euros, explicado por um crescimento das importações superior ao das exportações em relação a agosto de 2021 (taxas de variação homólogas de 53,5% e 32,3%, respetivamente)", apontou o BdP, acrescentando que "o défice da balança de bens registado no mês de agosto é o maior de toda a série mensal disponível".
A redução do saldo da balança de bens foi parcialmente compensada pela evolução da balança de serviços, com destaque para os aumentos das exportações e das importações (59,9% e 45,6%, respetivamente), face a agosto de 2021.
"Para estas subidas contribuiu, sobretudo, a rubrica de viagens e turismo, na qual as exportações e as importações cresceram, em termos homólogos, respetivamente, 70,9% e 46,6%, atingindo os valores mensais mais elevados de toda a série", referiu a entidade.
O excedente daquela rubrica aumentou 1.237 milhões de euros, para 2.810 milhões de euros.
Relativamente ao défice da balança de rendimento primário, registou-se um aumento de 147 milhões de euros, enquanto o excedente da balança de rendimento secundário diminuiu 27 milhões de euros e o excedente da balança de capital cresceu 37 milhões de euros.
Segundo o regulador da banca, a menor atribuição de fundos europeus aos beneficiários finais determinou a redução do excedente da balança de rendimento secundário e da balança de capital.
"A acentuada redução do excedente da balança de capital deveu-se ainda ao recebimento excecional, em julho de 2021, da devolução da margem financeira relacionada com o Programa de Assistência Económica e Financeira", sublinhou a BdP.
Já quanto ao saldo da balança financeira, até agosto, ele foi negativo em 1.300 milhões de euros, o que reflete um aumento dos passivos perante o exterior (7.800 milhões de euros) superior ao incremento dos ativos (6.500 milhões de euros).
Segundo o BdP, a variação nos passivos justifica-se, essencialmente, pelo crescimento do investimento direto do exterior em Portugal, com destaque para o investimento imobiliário, aumentos relacionados com o investimento de não residentes em dívida pública portuguesa e em títulos de dívida emitidos por sociedades não financeiras e aumentos de depósitos de não residentes constituídos junto de bancos residentes.
As reduções dos passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e o aumento dos ativos deveu-se, em grande medida, aos investimentos realizados por bancos e sociedades de seguros em dívida titulada de longo prazo emitida por entidades não residentes.
As estatísticas da balança de pagamentos serão atualizadas pelo BdP em 18 de novembro.
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