Os preços dos medicamentos podem ficar mais caros, uma vez que os valores atuais já não cobrem os custos de produção, segundo o setor. O Governo admite uma possível revisão dos preços e das comparticipações e a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) alerta que isto deve acontecer no prazo máximo de um mês.
"Eu diria que será mais um mês e terá que haver essa revisão, no limite", disse Nelson Pires, da direção da Apifarma, em declarações à RTP.
Em causa, sublinhe-se, está a notícia avançada no fim de semana pelo Público, dando conta que os distribuidores pedem que os preços dos medicamentos subam, uma vez que a inflação e os custos relacionados com combustíveis e energia são agora superiores.
Além da sustentabilidade financeira do setor está também o risco de escassez de medicamentos no mercado. Também ao Público, o Ministério da Saúde explicou que "está a ser equacionada" uma possível revisão dos preços e das comparticipações.
Ora, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, no domingo, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu que o Governo vai avançar com a revisão em alta dos preços dos medicamentos, tal como pretende a indústria, mas alerta que o aumento de despesa com fármacos não pode ser superior ao crescimento do PIB.
"O país não pode suportar uma aumento com a fatura do medicamento como aquela que tem ocorrido nos últimos dois anos. Precisamos de um acordo com a indústria que imponha claramente um limite à despesa global do Estado nesta matéria", disse Manuel Pizarro.
O ministro da Saúde adiantou também que as negociações vão começar já no próximo mês, depois de o Governo ter inscrito no acordo de rendimentos e competitividade o objetivo de "ponderar" uma revisão dos preços regulados de bens e serviços pagos pela saúde pública.
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