O Banco Central Europeu (BCE) voltou a subir as taxas de juro, esta quinta-feira, em 75 pontos base. Trata-se do "terceiro grande aumento consecutivo das taxas diretoras", de acordo com a instituição, que irá ter impacto na prestação mensal dos empréstimos.
"O Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 75 pontos base. Com este terceiro grande aumento consecutivo das taxas diretoras, o Conselho do BCE avançou consideravelmente com a eliminação da acomodação da política monetária", pode ler-se no comunicado do BCE.
A instituição liderada por Christine Lagarde reafirma a intenção de continuar a aumentar as taxas de juro nos próximos meses, em resposta à inflação.
"O Conselho do BCE tomou a decisão de hoje - e espera continuar a aumentar as taxas de juro - para assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo", pode ler-se na nota sobre a decisão de política monetária.
O BCE acrescenta que a "inflação permanece demasiado elevada e continuará a ser superior ao objetivo do BCE durante um período prolongado", lembrando que, em setembro, a inflação na zona euro atingiu 9,9%.
"Nos últimos meses, a escalada dos preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares, os estrangulamentos da oferta e a recuperação pós‑pandemia da procura resultaram numa generalização das pressões sobre os preços e num aumento da inflação", diz o BCE.
E explica: "A política monetária do Conselho do BCE visa reduzir o apoio à procura e prevenir o risco de uma persistente deslocação em sentido ascendente das expectativas de inflação".
Com este aumento de 75 pontos base, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para, respetivamente, 2,00%, 2,25% e 1,50%, com efeitos a partir de 2 de novembro de 2022.
Na manhã desta quarta-feira, recorde-se, a DECO alertou que o efeito da subida dos juros na prestação da casa está longe dos patamares registados em 2008/2009, quando a Euribor atingiu valores máximos, mas a inflação atual e valor dos novos empréstimos trazem preocupação acrescida.
[Notícia atualizada às 13h24]
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