"Não somos subscritores do que tem sido chamado de subidas jumbo", disse Villeroy de Galhau numa entrevista com o programa 'online' Ecorama, dizendo que os governadores da instituição "de forma alguma são obrigados na próxima reunião a reproduzir a subida de 75 pontos base que (foi decidida) em setembro e depois em outubro".
A inflação na zona euro aproximou-se dos 10% em setembro, quase cinco vezes o objetivo de 2% do BCE, justificando aumentos de taxas sem precedentes, de acordo com os responsáveis da instituição.
Tal como outros bancos centrais, o BCE está a responder com medidas para conter a procura, tornando o crédito mais caro para as famílias e empresas.
"A nossa bússola é a inflação", prosseguiu o governador do Banque de France hoje, no dia em que foram divulgados os números da inflação francesa de outubro, mostrando uma aceleração adicional para 6,2%, em termos homólogos, após dois meses de abrandamento.
À medida que as taxas de juro da instituição sobem, os receios de uma recessão aumentam ao mesmo tempo porque estes aumentos visam claramente abrandar a atividade económica, que já está a ser duramente atingida pela guerra na Ucrânia.
De acordo com o Sr. Villeroy de Galhau, "demasiada inflação é má para o crescimento".
"A inflação é uma doença da economia", continuou, dizendo que "como qualquer doença, quanto mais cedo for tratada, menos grave deverá ser o tratamento". Para a França, o governador estimou que se houver uma recessão, esta será "limitada e temporária".
É demasiado cedo para medir os efeitos da política monetária na inflação, disse o governador, recordando que o tempo de transmissão das decisões monetárias na economia é entre um e dois anos.
Leia Também: Lucros da Airbus caem 3% até setembro para 2.568 milhões