BCE? "Não somos subscritores do que tem sido chamado de subidas jumbo"

Os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) "não têm qualquer obrigação" de repetir a subida de 0,75 pontos decidida nas suas duas últimas reuniões em dezembro, disse hoje o governador do Banco de França.

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Lusa
28/10/2022 11:40 ‧ 28/10/2022 por Lusa

Economia

Banco de França

 

"Não somos subscritores do que tem sido chamado de subidas jumbo", disse Villeroy de Galhau numa entrevista com o programa 'online' Ecorama, dizendo que os governadores da instituição "de forma alguma são obrigados na próxima reunião a reproduzir a subida de 75 pontos base que (foi decidida) em setembro e depois em outubro".

A inflação na zona euro aproximou-se dos 10% em setembro, quase cinco vezes o objetivo de 2% do BCE, justificando aumentos de taxas sem precedentes, de acordo com os responsáveis da instituição.

Tal como outros bancos centrais, o BCE está a responder com medidas para conter a procura, tornando o crédito mais caro para as famílias e empresas.

"A nossa bússola é a inflação", prosseguiu o governador do Banque de France hoje, no dia em que foram divulgados os números da inflação francesa de outubro, mostrando uma aceleração adicional para 6,2%, em termos homólogos, após dois meses de abrandamento.

À medida que as taxas de juro da instituição sobem, os receios de uma recessão aumentam ao mesmo tempo porque estes aumentos visam claramente abrandar a atividade económica, que já está a ser duramente atingida pela guerra na Ucrânia.

De acordo com o Sr. Villeroy de Galhau, "demasiada inflação é má para o crescimento".

"A inflação é uma doença da economia", continuou, dizendo que "como qualquer doença, quanto mais cedo for tratada, menos grave deverá ser o tratamento". Para a França, o governador estimou que se houver uma recessão, esta será "limitada e temporária".

É demasiado cedo para medir os efeitos da política monetária na inflação, disse o governador, recordando que o tempo de transmissão das decisões monetárias na economia é entre um e dois anos.

Leia Também: Lucros da Airbus caem 3% até setembro para 2.568 milhões

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