Nos primeiros nove meses do ano, as quatro maiores empresas chinesas do setor - Air China, China Eastern, Hainan Airlines e China Southern - somaram quase 90% das perdas mencionadas, de acordo com dados difundidos pelo portal de informação económica Yicai.
A Spring Airlines - a principal companhia aérea de baixo custo do país -, que foi a única empresa listada a registar lucros nos três primeiros trimestres de 2021, registou também prejuízo este ano.
"As perdas da indústria ultrapassaram o total somado de 2021 e 2020. Este ano é o pior de sempre para a aviação civil da China", disse o analista Lin Zhijie, citado pelo Yicai.
Segundo este especialista, em 2022, as operações do setor representam apenas 50% do volume de 2019, o último ano antes da pandemia, enquanto em 2021 ascenderam a 70%.
A altamente contagiosa variante Ómicron do novo coronavírus obrigou as autoridades chinesas à imposição de medidas de confinamento cada vez mais extremas e frequentes, para salvaguardar a estratégia de 'zero casos', assumida como um triunfo político pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping.
Para além da redução do número de voos, o aumento de cerca de 75% no preço do combustível, em termos homólogos, significa um custo extra de cerca de 40.000 milhões de yuans (5.530 milhões de euros) para as empresas do setor.
Quase uma dezena de companhias aéreas chinesas e subsidiárias declararam insolvência este ano e esta tendência deverá agravar-se, segundo o portal Yicai.
No primeiro semestre do ano, a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) fez injeções de capital na Air China, China Eastern, China Southern e no maior grupo de aeroportos do país, a Capital Airports Holdings.
Da mesma forma, aquela instituição estendeu uma nova linha de crédito emergencial para companhias aéreas no valor de 150.000 milhões de yuans (20.731 milhões de euros), que se juntou a uma já existente de 65.600 milhões de yuans (9.067 milhões de euros), esta última também para aeroportos.
A informação esclarece que, entretanto, o setor aéreo de carga mantém a sua força depois de obter elevados lucros em 2021 devido à procura relacionada com a covid-19 e escassez de oferta, embora a sua situação tenha piorado acentuadamente desde julho, face a um cenário de queda de procura a nível mundial.
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