Preços subiram 14,5% em outubro e inflação atingiu 173% na Venezuela
Os preços dos produtos e serviços subiram em média 14,5%, elevando a inflação homóloga para 173%, na Venezuela, segundo dados divulgados pelo Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).
© Lusa
Economia Venezuela
"As taxas de inflação em outubro de 2022 foram de 14,5% mensal, 142,6% acumulado [desde janeiro] e 173% anualizados. Com estes resultados, a Venezuela continua a refletir uma inflação elevada e persistente", explica um comunicado divulgado em Caracas.
Segundo o OVF, "os artigos que registaram os maiores aumentos de preços foram os serviços com 19,7%, as comunicações 17,2%, a alimentação e bebidas não alcoólicas 12,5%, o lazer 10,2% e os transportes 8,2%".
Por outro lado, a educação registou uma inflação, em outubro, de 7,8%, seguindo-se os restaurantes e hotéis (7,7%), o vestuário e calçado (7,6%), o equipamento para o lar (7,4%), as bebidas alcoólicas e o tabaco (7,1%), a saúde (7,1%) e o aluguer de habitação (5,2%).
Segundo o OVF, "em outubro de 2020 o cabaz básico alimentar costava 234 dólares (sensivelmente o mesmo valor em euros), 344 dólares em outubro de 2021 e 383 dólares em outubro de 2022".
O comunicado explica que "a análise da aceleração da inflação em outubro (14,5%) em comparação com Setembro (11,5%) tem em conta, entre outros elementos".
Segundo o Banco Central da Venezuela (BCV), em setembro e outubro o bolívar, a moeda venezuelana, "desvalorizou-se 4,7% [em relação ao dólar], enquanto os dados do mercado paralelo indicam que a desvalorização foi de 8,9%", disse o OVF.
"Assim, a dinâmica dos aumentos de preços excede em muito o ajustamento do bolívar em relação ao dólar, o que corresponde claramente a um problema de sobrevalorização ou de retrocesso da taxa de câmbio. Por outras palavras, os bens importados são mais baratos do que os produzidos domesticamente", explica.
"Outros elementos, para além da taxa de câmbio, estão a influenciar o comportamento dos preços e que a política do BCV de se preocupar com a estabilidade do bolívar, para além de ser dispendiosa, é ineficaz", disse o OVF, que lembrou que só em setembro o bolívar desvalorizou-se 4,5% em relação ao dólar.
"No que diz respeito aos agregados monetários, a emissão monetária do BCV em outubro, comparada com setembro, foi de 29,4% e a inflação de 14,5%, enquanto em setembro, em comparação com agosto, a emissão monetária atingiu 14,1% e a inflação de 11,5%. Isto sugere que a pressão monetária derivada das despesas tem desempenhado um papel fundamental no comportamento ascendente dos preços", explica.
O OVF chama a atenção que "os aumentos de preços em alguns itens foram significativos, tais como os serviços domésticos de gás (56%), água (27%) e saneamento urbano (27%)".
Quanto as serviços de comunicações, "o telefone fixo aumentou 19%, o telemóvel aumentou 19,5%, o serviço de Internet 11% e o transporte terrestre 8,2%", conclui.
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