"Não obstante a conjuntura económica mundial difícil, Cabo Verde continua a registar bons progressos no domínio do programa de reformas económicas, executado com vista a reduzir o défice orçamental, preservar a sustentabilidade da dívida, proteger os grupos vulneráveis e promover mais e melhor crescimento inclusivo", lê-se no comunicado de imprensa que dá conta da aprovação da primeira revisão da Facilidade de Crédito Alargada (ECF, na sigla em inglês), acordada em junho deste ano, que permite o desembolso do equivalente a 15,4 milhões de euros, de um total de 58 milhões de euros.
"Após debates produtivos, a equipa do FMI e as autoridades cabo-verdianas alcançaram um consenso ao nível técnico relativamente à primeira avaliação do programa ao abrigo do acordo de ECF, sujeito à aprovação do Conselho de Administração do FMI em janeiro de 2023", disse o líder da equipa do FMI que se reuniu com as autoridades de 2 a 11 de novembro, Justin Tyson.
Na avaliação económica de Cabo Verde, o Fundo diz que "após uma contração de quase 15% em 2020, a economia registou um crescimento de 7% em 2021 e a recuperação continuou forte durante a primeira metade de 2022 (17% de variação homóloga na primeira metade do ano), sustentada numa recuperação das entradas turísticas".
No entanto, acrescentam, "as perspetivas de riscos mantêm-se elevadas para o futuro devido ao ambiente externo difícil, com os preços mais elevados dos alimentos e dos combustíveis em todo o mundo a começarem também a fazer subir a inflação em Cabo Verde".
O Fundo diz ainda que todos os indicadores qualitativos e quantitativos foram alcançados nesta primeira avaliação do programa de ajustamento económico, concluindo que "o desempenho global e os progressos no programa de reformas têm sido fortes apesar dos desafios levantados pela guerra na Ucrânia, o aumento dos preços das mercadorias e os efeitos persistentes da pandemia de COVID-19".
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