Desde julho, o BCE tem seguido uma linha de ajustamento monetário sem precedentes, aumentando as suas taxas em dois pontos percentuais no total, para tentar conter a subida dos preços, impulsionada pelos custos da energia, que dispararam depois de ter começado a guerra na Ucrânia.
A reunião de hoje do Conselho do BCE deverá marcar o fim da "primeira fase de normalização" da política monetária após vários anos de taxas excecionalmente baixas, segundo o governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau.
O representante francês defende uma subida das taxas de juro de 50 pontos base, após dois aumentos de 75 pontos em setembro e outubro, que mostraram a determinação do BCE em controlar a inflação.
A inflação na zona euro recuou um pouco em novembro, para 10% contra 10,6% no mês anterior, graças a uma moderação dos preços da energia.
Num cenário de um aumento de 50 pontos base nas taxas de juro, que é apontado pela maioria dos economistas como provável hoje, a taxa de facilidade de depósitos, que serve de referência, passaria para 2%.
No entanto, alguns "falcões" do Conselho do BCE não escondem que são favoráveis a um novo aumento de 75 pontos base.
A alemã Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do BCE, considera "limitada" a "margem que permite abrandar o ritmo de aperto monetário".
Com a inflação ainda longe do objetivo de 2% a médio prazo definido pelo BCE, a subida das taxas de juro deverá continuar, mesmo com o risco de bloquear ainda mais a economia, perto de uma recessão.
Segundo os analistas, a desaceleração da atividade sozinha não será suficiente para baixar os preços.
Para tomar uma decisão, os membros do Conselho do BCE dispõem de novas previsões económicas que vão até 2025.
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