"Estamos a programar Sines para o pós-carvão", diz Costa Silva

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, afirmou hoje que Sines está a ser preparada para a era pós-carvão, na qual será um 'hub' para o hidrogénio verde.

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Lusa
16/12/2022 16:54 ‧ 16/12/2022 por Lusa

Economia

Governo

"Vamos ter um grande polo de desenvolvimento. Estamos a programar Sines para o pós-carvão [...], para a construção de um grande 'hub' do hidrogénio verde", afirmou Costa Silva, na assinatura à adenda do acordo de gestão e exploração do património da zona de Sines.

A AICEP Global Parques vai passar a fazer e gestão e exploração do património da zona Sines, detido pelo IAPMEI, na sequência de uma adenda ao acordo em causa, assinada no Ministério da Economia, em Lisboa.

A assinatura da adenda ao acordo de gestão e exploração do património da zona de Sines do IAPMEI -- Agência para a Competitividade e Inovação, realiza-se na presença do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz.

Segundo uma nota previamente divulgada pela AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) Global Parques, esta adenda abrange os terrenos do Estado, transitados para o IPAMEI, para implementação, em Sines, de "projetos de interesse estratégico para a economia".

Os projetos para a transição energética e digital, bem como os de fornecimento de eletricidade renovável, já excediam a Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS).

"Para assegurar a construção e instalação de infraestruturas e equipamentos de apoio aos novos projetos industriais estratégicos para a economia nacional, tornou-se urgente a reafetação de terrenos, visando um melhor planeamento e ajustamento do território às necessidades e perspetivas de investimento privado produtivo, a curto e médio prazo", assinalou a AICEP.

O ministro da Economia e do Mar vincou que Sines pode ser um "dos grandes polos do país" na área das renováveis, associando a sustentabilidade aos desenvolvimentos tecnológicos, "o que permitirá atrair mais companhias".

Costa Silva assinalou ainda que Portugal é um dos "países pioneiros", com ligação aos cinco continentes através de cabos submarinos.

Durante a sua intervenção, o ministro destacou também a 'task-force' criada entre os ministérios da Economia, Ambiente, Negócios Estrangeiros, Porto de Sines e AICEP, que vai permitir dar resposta aos potenciais investidores nestas áreas.

Presente na mesma sessão, o presidente do Conselho de Administração do IAPMEI, Francisco Sá, lembrou que este processo teve início nos anos 70 do século XX, "quando alguém imaginou em Sines um polo energético que iria transformar o país, numa primeira lógica enquanto polo com base em produtos derivados do carbono".

Francisco Sá referiu que este pretende ser um polo de vocação energética, suportada numa lógica de transição climática.

"Neste momento, dos cerca de 2.214 hectares onde temos um projeto de urbanização, já não temos oferta. É também isto que justifica toda esta transformação que pretendemos fazer a partir de Sines. Uma transição onde se pretende a preparação do futuro", notou.

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da AICEP Global Parques, Filipe Costa, garantiu usar a "responsabilidade acrescida" que lhes foi concedida para continuar a "visão estratégica de transformar Sines no grande 'hub' nacional de transição global, transição energética e de indústria verde".

A encerrar a sessão, o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, disse que está a ser construída uma nova economia, que responde aos desafios de Portugal no século XXI.

"Portugal é uma economia aberta e europeia e no 'hub' de Sines encontramos isso: uma porta de entrada e de saída para o mar, com uma concentração de projetos e propostas para o desafio da transição energética e digital".

O governante sublinhou ainda que o programa Portugal 2030 conta com quatro principais agendas -- transição energética e descarbonização, transição digital, talento e pessoas, e mar -- componentes que se encontram todas em Sines.

"Não serão tempos fáceis, temos que aprender a viver com a inflação e com as taxas de juro, com os custos altos e, ao mesmo tempo temos que fazer estas transições. Estamos a trabalhar em conjunto e a tomar as decisões necessárias", concluiu.

[Notícia atualizada às 17h52]

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