"Depois de um ano particularmente bom no que respeita a resultados -- 486 milhões de euros, colocando-se numa robusta posição de capital e acima da média dos bancos portugueses e europeus -- pretende repetir mais uma vez a injustiça com os trabalhadores", referem os três sindicatos num comunicado conjunto.
Perante o crescimento homólogo de 65% dos lucros do banco em 2022, Mais, Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN) lamentaram a proposta de um aumento salarial de 3%, considerando que a CGD "é mais um exemplo da ganância do setor bancário".
Assinalando que em 2022 o aumento foi "de apenas de 0,92% face a uma inflação de 8,1%", para 2023 "o banco responde à proposta sindical de revisão salarial de 8,5%, contrapondo 3% na tabela".
Os três sindicatos registam que ainda que a proposta da CGD seja "ligeiramente superior à da APB [Associação Portuguesa de Bancos] em 0,5%, é inferior nas cláusulas de expressão pecuniária".
Mais, SBC e SBN tinham já criticado, em dezembro, a proposta das instituições financeiras subscritoras do Acordo Coletivo de Trabalho do setor de um aumento salarial de 2,5%, sublinhando, na ocasião, que fica abaixo das previsões da inflação para 2022.
"A CGD, aliás como a restante banca, não tem qualquer sentido da sua responsabilidade no bem-estar dos seus trabalhadores e nas dificuldades que estão a sofrer com o enorme aumento do custo de vida. Primeiro estão os seus lucros e não querem reparti-los com quem muito contribui para eles. Só arrecadar", acusam os sindicatos.
Mais, SBC e SBN apontam também que na revisão do clausulado a CGD apenas aprovou dois pontos de uma das "mais de duas dezenas de cláusulas" propostas -- sendo a aprovada referente a faltas "e só para adequá-las à lei".
"A argumentação da Caixa para a recusa é a mesma de sempre: aumentaria as despesas com pessoal", acrescentam os sindicatos que garantem que sabem "responder a esta miserável proposta".
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