Medina sublinha crescimento, afasta recessão e realça "confiança"

O ministro das Finanças afasta o cenário de recessão na economia portuguesa a curto prazo e recorda que os indicadores do Governo apontam para um crescimento económico, ainda que "mais moderado" do que em 2022.

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Beatriz Vasconcelos com Lusa
16/01/2023 13:48 ‧ 16/01/2023 por Beatriz Vasconcelos com Lusa

Economia

Fernando Medina

O ministro das Finanças, Fernando Medina, sublinhou, esta segunda-feira, o crescimento económico de Portugal no ano passado, sublinhando a "redução recorde da dívida pública" e mostrou-se confiante relativamente à execução do plano orçamental para 2023.  Além disso, afastou o cenário de recessão na economia portuguesa a curto prazo.

"As nossas projeções nunca coincidiram com esse cenário, isso era o cenário a nível europeu, não para o nosso país. O cenário que hoje temos para Portugal [...] é o de que tenhamos terminado o ano com um último trimestre a crescer e, para já, não temos qualquer indicador de que o primeiro trimestre do ano tenha um resultado diferente", sustentou Fernando Medina, à entrada do Eurogrupo. 

Questionado sobre a possibilidade de o país entrar em recessão técnica, Medina descartou a ideia e recordou as previsões que o executivo socialista inscreveu no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023): "Na proposta de Orçamento que apresentámos e que foi aprovada no parlamento mantínhamos que Portugal iria ter em 2023 um crescimento económico, não era uma estagnação, muito menos uma recessão."

Uma recessão técnica é obrigatoriamente sinónimo de dois trimestres consecutivos em terreno negativo "e um deles será positivo", acrescentou o ministro das Finanças. Contudo, o crescimento da economia nacional vai ser "mais moderado do que em 2022".

"Em 2022 a economia portuguesa cresceu muito e já utilizámos muita da nossa capacidade instalada. Ora, um crescimento económico seria sempre por cima desse crescimento já muito elevado de 2022", justificou.

Nesta senda, Medina diz ter "confiança para executar o plano [orçamental] para 2023", destacando "apoios muito importantes à contenção dos preços da energia". 

Questionado sobre a auditoria no âmbito do caso Alexandra Reis, cujos esclarecimentos da TAP foram remetidos à Inspeção-Geral de Finanças (IGF), o ministro disse, sem adiantar mais detalhes, que quando for conhecido o resultado, o mesmo será divulgado pelo Ministério das Finanças. 

Sobre a greve dos professores, o ministro das Finanças disse que o "Governo fala numa só voz" e não "comenta matérias setoriais". Isto, depois de o secretário-geral da Fenprof ter adiantado que a adesão à greve de professores no distrito de Lisboa é "superior a 90%", com muitas escolas fechadas, e acusou as autoridades de enviarem inspetores aos estabelecimentos durante a manhã.

Em relação aos apoios às famílias, Medina afirmou: "Temos tido sempre cuidado de tratar de apoios de natureza pontual, de apoios de natureza bem circunscrita e focada e não de criar elementos de rigidez e despesa pública que depois, esses sim, têm mais dificuldade em ser sustentáveis no médio prazo, em conjunturas que podem ser mais" complicadas, detalhou o ministro das Finanças.  

Os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se hoje em sede do Eurogrupo e para terça-feira está marcado o encontro entre os ministros das Finanças da União Europeia (UE), o Ecofin. 

[Notícia atualizada às 15h15]

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