No fim de semana foi divulgado que há duas novas localizações em estudo para o novo aeroporto de Lisboa. São elas Beja e Alverca, que vão agora ser analisadas pela Comissão Técnica Independente (CTI), responsável pela avaliação ambiental estratégica.
Já existiam cinco hipóteses
A resolução do Conselho de Ministros aprovada no ano passado definia a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa - Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; Santarém -, mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções.
Beja e Alverca entram para a lista. Há sete hipóteses em estudo
"Vamos analisar outras opções que, entretanto, também já nos chegaram como propostas [...] e a resolução do Conselho de Ministros previa isso, que nós decidíssemos que outras propostas iríamos analisar e, portanto, vamos analisar também, pelo menos mais Alverca e mais Beja, que já nos chegaram", disse, em entrevista à Lusa, a professora Rosário Macário, que integra a CTI.
A CTI conta com uma equipa de seis coordenadores técnicos, entre os quais se encontra a professora universitária Rosário Macário, especialista em Planeamento e Operação de Sistemas de Transportes, que ficou responsável pela coordenação da área de planificação aeroportuária.
Criada no final do ano passado, a CTI, instalada no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, está neste momento a ouvir "todas as entidades com relevância para o assunto", para chegar a um conjunto de critérios que "servirão para analisar as várias hipóteses", explicou Rosário Macário.
Processo ainda não está fechado
Segundo a coordenadora técnica, nas próximas semanas os proponentes de todas as alternativas vão apresentar os projetos em pormenor à CTI e à Comissão de Acompanhamento, liderada pelo engenheiro Carlos Mineiro Aires.
"Até final de março, nós iremos fazer a primeira avaliação e, portanto, a primeira fase vai terminar em abril e a partir de abril não haverá mais propostas", realçou Rosário Macário.
Os relatórios com as conclusões da CTI têm de estar fechados até novembro, passando-se depois para a fase de discussões públicas.
Questionada se faz sentido um aeroporto de Lisboa afastado da cidade, como, por exemplo, no caso de Santarém ou Beja, que ficam a mais de 80 quilómetros, a professora universitária apontou que a distância física não é o fator mais relevante.
"O mais relevante são sempre as acessibilidades em tempo e em alternativas para chegar à cidade a partir do aeroporto. Obviamente que não é desejável que seja muito longe, mas a distância em tempo é, digamos, o principal aspeto e isso depende da oferta que existe, dos modos de transporte e das soluções de deslocação", realçou. Segundo Rosário Macário, qualquer uma das hipóteses "implica repensar acessibilidades".
Outros fatores a ter em conta na análise são, elencou, o custo da infraestrutura, os impactos gerados e o potencial de expansão.
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