A economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022, abaixo das estimativas do Governo, que apontavam para 6,8%, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este valor situa-se uma décima abaixo da previsão do Governo.
"No conjunto do ano 2022, o PIB registou um crescimento de 6,7% em volume, o mais elevado desde 1987, após o aumento de 5,5% em 2021 que se seguiu à diminuição histórica de 8,3% em 2020, na sequência dos efeitos adversos da pandemia na atividade económica", pode ler-se no relatório do INE.
O INE explica que a "procura interna apresentou um contributo positivo expressivo para a variação anual do PIB, mas inferior ao observado no ano anterior, verificando-se uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do investimento".
"O contributo da procura externa líquida foi positivo em 2022, após ter sido negativo em 2021, tendo-se registado uma aceleração em volume das exportações de bens e serviços e uma desaceleração das importações".
Quais eram as previsões?
No final de dezembro, o ministro das Finanças afirmou-se convicto de que Portugal finaliza "o ano de 2022 com um crescimento [da economia] de cerca de 6,8%". Esta taxa fixa-se acima dos 6,5% estimados no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que deu entrada no parlamento em outubro.
A previsão não oficial do Executivo alinha com a do Banco de Portugal (BdP), o mais otimista entre as principais instituições nacionais e internacionais e que ao longo do ano passado foi revendo em alta a perspetiva de crescimento do PIB português: em março cortou as previsões para 4,9%, em junho melhorou para 6,3%, em outubro para 6,7% e em dezembro para 6,8%.
As projeções das restantes instituições são semelhantes: o Conselho das Finanças Públicas (CFP) espera uma expansão do PIB de 6,7%, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) 6,7% e a Comissão Europeia 6,6%. Já o Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento do PIB de 6,2%.
[Notícia atualizada às 09h42]
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