Concentrados esta manhã em protesto frente ao Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, os trabalhadores - que estão hoje e quinta-feira em greve - consideram que só assim serão garantidos os 130 postos de trabalho dos funcionários dos bares dos comboios de longo curso da CP, dadas as dificuldades financeiras da Apeadeiro 2020, que há 18 meses detém a respetiva concessão.
Em declarações à agência Lusa, Francisco Figueiredo, da direção nacional da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), explicou que os trabalhadores "reclamam que a CP assuma o serviço [dos bares dos comboios] diretamente, a exemplo de outras ferrovias, como na Alemanha", e assegure o pagamento do salário de fevereiro em atraso.
Segundo referiu, "há 10 meses" que a Apeadeiro 2020 "paga os salários apenas mediante um pré-aviso de greve que é enviado pelos sindicatos", tendo "uma dívida de 900 mil euros a fornecedores, ao fisco e à Segurança Social", pelo que "a CP já podia, há muito tempo, ter tomado medidas no sentido de acautelar esta situação".
"Quando a CP entregou este contrato a esta empresa sabia perfeitamente que o valor que estava a pagar era insuficiente para manter os postos de trabalho e para assegurar o serviço. Sabia também que a empresa era muito vulnerável, sem dinheiro, e que não oferecia garantias de que iria fazer o contrato até ao fim".
De acordo com Francisco Figueiredo, decorre desde as 15:30 uma reunião entre responsáveis sindicais e o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, cujas conclusões aguarda, mas estão já marcados para sexta-feira, às 17:00, plenários dos trabalhadores em Campanhã e em Santa Apolónia, "para ver novas formas de luta".
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