Supermercados? ASAE "lança uma suspeita misturando conceitos", diz a APED
O diretor-geral da APED saiu ao ataque, acusando a ASAE de "confundir as pessoas com conceitos" e deixa uma garantia: "Não estamos a aumentar os preços por recriação".
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Economia APED
O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, disse esta sexta-feira que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) lançou um "alarme" nas pessoas relativamente a um setor que diz ser "sério e transparente", confundindo conceitos de margem de lucro e margem bruta.
"Esses conceitos de margem de lucro estão errados. A ASAE não presta um grande serviço ao confundir as pessoas com conceitos que não são os que se utilizam e que verdadeiramente refletem o que é a rendibilidade de uma empresa, do capital investido", disse Gonçalo Lobo Xavier, em declarações à Rádio Observador.
E acrescentou: "A ASAE não terminou o trabalho, porque além de ter feito o levantamento de alguns preços, não sabemos qual foi a fórmula de cálculo e parece-nos muito extemporâneo e pouco avisado, porque lança um alarme nas pessoas, num setor sério e transparente, lança uma suspeita misturando conceitos de margem bruta, de margem de lucro, que não é exatamente a mesma coisa".
Já na quinta-feira, a APED tinha contestado as conclusões da ASAE sobre subida de preços dos alimentos, afirmando que o setor do retalho alimentar não aumentou as margens de comercialização.
"É preciso esclarecer as pessoas que a energia, de facto, está a baixar, mas há muitos outros fatores importantes na produção que continuam a pressionar os preços", disse Lobo Xavier, acrescentando: "O preço de custo da dourada entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023 cresceu 23%, enquanto o preço de venda só cresceu 12% - e isto é válido para muitos outros produtos".
O diretor-geral da APED deixou ainda uma garantia: "Não estamos a aumentar os preços por recriação, estamos a refletir, infelizmente, o que a produção e a indústria nos estão a transmitir".
Transporte de alimentos "não regista subidas" que justifiquem "aumentos"
Contudo, a Associação Nacional dos Transportadores de Mercadorias já disse que o aumento do preço dos bens essenciais não se deve ao transporte, esclarecendo que este não regista subidas que justifiquem as diferenças encontradas nos supermercados.
Em comunicado, a ANTRAM acusa igualmente a associação das empresas de distribuição de mentir ao tentar relacionar estes aumentos com o custo de transporte, dizendo que isso "não corresponde à realidade".
A ASAE instaurou, na quinta-feira, 17 processos-crime por especulação de preços em supermercados e hipermercados, entre os 125 fiscalizados, detetando em bens alimentares diferenças de 39% entre o preço afixado e disponibilizado ao consumidor e o pago em caixa.
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