A subida dos preços dos alimentos tem sido uma constante ao longo das últimas semanas e os agricultores dizem estar confrontados com um aumento dos custos de produção, a par de uma redução das margens de lucro.
"Dados do INE referem que as margens baixaram, ou seja, o rendimento dos agricultores baixou 11 a 12% relativamente ao ano anterior. Isto quer dizer que mesmo com o aumento do produto comprado aos próprios produtores, é insuficiente para acomodar o conjunto dos custos de produção, que aumentaram muito mais do que esses valores", disse o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, em declarações à SIC Notícias.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse, no domingo, que o Governo está a estudar "todas as medidas" para que o consumidor possa pagar o preço justo pelos alimentos.
"Quando propusemos a criação deste Observatório de preços, indo buscar o modelo espanhol que está a funcionar, é no sentido disso mesmo, de salvaguardar que não há nenhum elo da cadeia que saia prejudicado. Iremos estudar todas as medidas de maneira a poder mitigar quebras que existiam em todas as fases da cadeia alimentar e garantir que o consumidor paga um preço justo", disse.
Anunciado em maio de 2022 pelo Governo, a criação do observatório de preços foi formalizada por despacho publicado em outubro do ano passado.
O objetivo é a 'monitorização eficaz' dos custos e preços ao longo da cadeia de abastecimento agroalimentar e maior transparência.
Contactada pela Lusa, fonte do ministério da Agricultura não adiantou uma data para a entrada em funcionamento do Observatório, referindo apenas que será "num futuro muito próximo".
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