OCDE melhora crescimento do PIB mundial para 2,6% este ano
A OCDE melhorou hoje ligeiramente as perspetivas de crescimento mundial para 2,6% este ano e 2,9% em 2024, face ao anterior relatório, contudo, alertou que continua moderado e a refletir o aperto da política monetária.
© Lusa
Economia OCDE
Nas previsões económicas intercalares divulgadas hoje, cujo relatório se intitula "Recuperação frágil", a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está mais otimista sobre as perspetivas para este ano face ao relatório de novembro, mas admite que o crescimento em 2022 foi mais fraco do que o esperado no início do ano passado.
A OCDE prevê agora que o Produto Interno Bruto (PIB) global desacelere de 3,2% em 2022 para 2,6% este ano, uma revisão em alta de 0,4 pontos percentuais (p.p.), e para 2,9% em 2024, mais 0,2 p.p. do que antes".
No relatório, a organização assinala que o crescimento global desacelerou para 3,2% em 2022, muito abaixo das expectativas no início do ano passado, devido ao impacto da guerra na Ucrânia, da crise do custo de vida e da desaceleração na China, mas destaca que existem sinais de melhoria da atividade no arranque de 2023.
Ainda assim, realça que se prevê que o crescimento global deverá permanecer "abaixo das taxas de tendência em 2023 e 2024", com "o endurecimento da política a continuar a fazer efeito".
"No entanto, uma melhoria gradual é projetada durante 2023-24, à medida que diminui a pressão sobre as receitas devido à elevada inflação", refere, dando nota de que "o crescimento global projetado ao longo de 2023-24 seria mais fraco do que em qualquer período de dois anos desde a crise financeira global, excluindo a queda no início da pandemia".
Entre as principais economias mundiais, a OCDE aponta para que crescimento do PIB nos Estados Unidos desacelere de 2,1% em 2022 para 1,5% em 2023 e 0,9% em 2024, à medida que a política monetária modera as pressões na procura.
Para a zona euro, projeta um crescimento de 0,8% em 2023, antes de avançar 1,5% em 2024, à medida que os efeitos dos altos preços da energia diminuírem.
Já para a China prevê uma expansão do PIB de 5,3% este ano e 4,9% em 2024, enquanto para as economias do G20 estima um crescimento de 2,6% este ano e de 2,9% em 2024.
Numa avaliação global, a OCDE considera que os riscos se tornaram ligeiramente mais equilibrados, mas continuam inclinados para o lado descendente.
A incerteza sobre o curso da guerra na Ucrânia e o seu impacto é uma preocupação importante, assumida pela organização, que aponta também para a dificuldade de avaliar o impacto das alterações da política monetária, que "pode continuar a expor vulnerabilidades financeiras de dívida elevada e avaliações de ativos, bem como segmentos específicos do mercado financeiro".
Identifica ainda como risco que "pressões nos mercados globais de energia também podem reaparecer, levando a novos picos de preços e inflação mais alta".
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